O líder do movimento Ansarallah do Iêmen, Abdul Malik al-Houthi, anunciou em 7 de março um prazo de quatro dias para que Israel retome as negociações de cessar-fogo e suspenda o bloqueio à ajuda humanitária para Gaza. Ele afirmou que, caso isso não ocorra, as operações navais de Sanaa contra navios ligados a Israel serão retomadas.
“Nós enfrentamos o cerco com outro cerco”, declarou Houthi, acrescentando que o Iêmen “não pode ficar parado assistindo à abordagem agressiva do inimigo israelense em matar de fome o povo palestino em Gaza”. Ele afirmou ainda que “durante a implementação do cessar-fogo em Gaza, ficou claro que o inimigo israelense estava procrastinando no cumprimento de suas obrigações, especialmente aquelas relacionadas ao dossiê humanitário”.
Operações militares no Mar Vermelho
As Forças Armadas do Iêmen (YAF), lideradas por Ansarallah, interromperam suas operações militares após o início de um cessar-fogo mediado pelos EUA no início do ano. Desde novembro de 2023, a YAF atacou navios comerciais ligados aos Estados Unidos, Reino Unido e Israel, além de embarcações militares ocidentais no Mar Vermelho, Oceano Índico e Mar Mediterrâneo.
Os ataques provocaram uma reação de Washington e Londres, que realizaram ofensivas aéreas contra alvos no Iêmen. A YAF, no entanto, continuou suas operações, resultando na saída de porta-aviões dos EUA e navios de guerra europeus do Mar Vermelho. O grupo também relatou a derrubada de 15 drones MQ-9 Reaper dos EUA e recentemente acionou suas defesas aéreas contra um caça F-16 americano.
Bloqueio e negociações
O anúncio do prazo ocorreu uma semana após Israel restabelecer o bloqueio total às remessas de ajuda humanitária para Gaza. O bloqueio foi restabelecido após impasses na negociação do cessar-fogo, com Israel exigindo uma extensão da primeira fase do acordo. O Hamas rejeitou a proposta, pedindo a implementação integral do acordo e a pressão internacional sobre Israel.
“A retomada da guerra em Gaza será recebida com toda a entidade inimiga [israelense] sob fogo… Se a guerra retornar a Gaza, interviremos com apoio por vários meios militares”, declarou Houthi no domingo.
As negociações seguem sem definição, enquanto grupos regionais mantêm suas posições sobre o conflito.
Com informações do The Cradle