Diferença salarial em diferentes setores do mercado de trabalho.
Os homens exigem mais do que as mulheres em quase todas as áreas de trabalho, exceto em uma: Recursos Humanos, onde a tendência se inverte e as mulheres exigem 4,2% a mais. Os dados vêm de um relatório privado divulgado na véspera do 8 de março: em outras áreas de negócios, como Marketing e Comunicação e Tecnologia, a diferença é substancialmente menor e tem uma média de 2,4%. De acordo com o relatório, os salários exigidos pelos homens são, em média, 10,9% maiores que os das mulheres. A desigualdade salarial entre homens e mulheres continua sendo um problema. Há também uma disparidade na proporção de mulheres que estudam cursos de tecnologia: os mais procurados nos últimos anos, mas o número de mulheres não aumentou.
O Relatório de Perspectivas de Gênero no Mundo do Trabalho de Bumeran indica que os salários dos homens são mais altos em todas as áreas de trabalho, exceto Recursos Humanos. Aí a tendência geral se inverte. Os pedidos são de 1.223.451 pesos por mês para mulheres e 1.171.996 pesos por mês para homens. No entanto, essa lacuna é muito menor do que quando ocorre o contrário, com maior pretensão masculina.
O que acontece nas outras áreas? Em todas elas, os salários masculinos predominam. No setor comercial, a diferença nos salários exigidos chega a 22,2%: os homens pedem 965.640 pesos por mês e as mulheres 789.703 pesos por mês.
Em Administração e Finanças, a diferença é de 18,8%: com uma reivindicação salarial de 1.149.771 pesos por mês para homens contra 967.770 pesos por mês para mulheres. Enquanto isso, em Produção, Abastecimento e Logística, a diferença é de 14,6%, com os homens pedindo 1.028.268 pesos por mês e as mulheres 897.165 pesos por mês.
Por outro lado, em Marketing e Comunicação, a diferença é desfavorável às mulheres, mas é menor, com 2,4% a favor dos homens (1.321.597 pesos por mês contra 1.290.173 pesos por mês), assim como em Tecnologia, onde a diferença também é baixa (1.161.116 pesos por mês contra 1.134.368 pesos por mês).
Segundo dados da Bumeran, em média, os homens pedem um salário 10,9% maior que o das mulheres. Enquanto eles almejam 1.457.285 pesos por mês, eles estão solicitando 1.314.130 pesos por mês.
Por sua vez, ao longo do último ano, a defasagem nos salários reivindicados apresentou variações significativas. Em janeiro de 2024, atingiu 17,2%, caindo para seu ponto mais baixo em junho, em 4,9. No entanto, desde então, começou a crescer novamente, atingindo 10,9% em janeiro de 2025.
Ampliando a perspectiva para os últimos cinco anos, a maior diferença foi registrada em outubro de 2023 , quando os homens aplicaram 20,4% a mais que as mulheres.
De chefes a juniores
Dando continuidade ao relatório de Bumerán, pode-se observar que a maior diferença salarial ocorre nos cargos de chefe e supervisor: ali a diferença chega a 28,5%, onde os homens reivindicam um salário de 1.439.643 pesos, enquanto as mulheres solicitam 1.120.216 pesos por mês.
Em cargos semi-sênior e sênior, os homens solicitam 1.257.413 pesos, ou seja, 23% a mais que as mulheres, que solicitam 1.021.904 pesos. Enquanto isso, em cargos juniores, a diferença é menor, com um salário médio de 826.669 pesos para mulheres e 838.574 pesos para homens, o que representa uma lacuna de 1,4%.
Bumeran é um aplicativo de busca de emprego que lidera essa atividade no país. Faz parte da maior rede de plataformas de emprego da América Latina, com presença em cinco países: Argentina, Chile, Equador, Panamá e Peru. Esses sites oferecem mais de 126.000 ofertas de emprego e recebem mais de 60 milhões de visitas por mês.
Meninas na Tecnologia
Girls in Technology é uma ONG que realiza estudos e ações para conscientizar e influenciar a desigualdade de gênero na Argentina e na América Latina. Em seu último relatório, analisa a tendência dos cursos universitários ligados à tecnologia.
“Embora haja mais mulheres estudando programação do que antes, a disparidade de gênero continua sendo um desafio notável na indústria de tecnologia da América Latina. A participação feminina na programação permanece em níveis historicamente baixos na região, com taxas variando de 10 a 23 por cento, dependendo do país”, concluem.
Isso acontece apesar de cada vez mais pessoas estudarem em universidades e as mulheres serem maioria em todos os países da região.
Especificamente, o sistema universitário argentino está se expandindo, com matrículas crescendo 40% entre 2012 e 2021, e 61,3% dos estudantes são mulheres.
No entanto, a escolha de carreiras é desigual: as mulheres são minoria nas carreiras STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática – . E dentro das disciplinas STEM também há uma disparidade: ciências naturais, matemática e estatística são amplamente escolhidas por mulheres (62,5% do total de alunos), enquanto engenharia, indústria e construção têm uma participação média e nos cursos de Tecnologia, Informação e Comunicação (TIC) a diferença aumenta e chega a 20,3% dos alunos. Em toda a América Latina, as carreiras em TIC não ultrapassam 23% de participação feminina.
Publicado originalmente pela Página 12 em 07/03/2025
Por Mara Pedrazzoli
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