O Kremlin afirmou nesta sexta-feira, 8, que pode adotar medidas em resposta aos planos da União Europeia para fortalecer sua defesa e considerar a Rússia como seu principal adversário. A declaração foi feita após líderes europeus manifestarem apoio ao aumento de gastos militares e à continuidade da assistência à Ucrânia.
Na quinta-feira, 7, autoridades da União Europeia discutiram estratégias para ampliar a capacidade de defesa do bloco, em meio a incertezas sobre a política externa dos Estados Unidos. Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou acompanha o desenvolvimento dessas iniciativas.
“Vemos que a União Europeia está agora discutindo ativamente a militarização da UE e o desenvolvimento do segmento de defesa. Esse é um processo que estamos observando atentamente, porque a UE está posicionando a Rússia como seu principal adversário”, afirmou Peskov.
O porta-voz acrescentou que essa abordagem pode exigir uma resposta por parte da Rússia. “Isso, é claro, poderia ser um tópico de profunda preocupação para nós e poderia haver a necessidade de tomar medidas apropriadas em resposta para garantir nossa segurança”, declarou.
Peskov também comentou a postura da União Europeia em relação ao conflito na Ucrânia. “Essa retórica de confronto e esse pensamento de confronto que estamos vendo agora em Bruxelas e nas capitais europeias estão seriamente em desacordo com a disposição de encontrar um acordo pacífico em torno da Ucrânia”, disse.
A União Europeia tem reforçado sua posição de apoio à Ucrânia desde o início do conflito, por meio do fornecimento de armamentos e sanções econômicas contra a Rússia. O bloco discute formas de aumentar a cooperação militar entre seus membros e reduzir a dependência de aliados externos.
Moscou tem criticado essas movimentações, argumentando que contribuem para o prolongamento do conflito e aumentam a tensão na região. O Kremlin não detalhou quais ações poderia tomar em resposta às decisões da União Europeia, mas reiterou que seguirá monitorando os desdobramentos das discussões em Bruxelas.