Cientistas descobrem substâncias tóxicas e cancerígenas no ‘cheiro de carro novo’

DIVULGAÇÃO / NISSAN

Um estudo da Universidade da Califórnia, Riverside, identificou a presença de compostos químicos potencialmente nocivos no cheiro característico de veículos novos.

A pesquisa conduzida pelos cientistas Aelakhya Reddam e David C. Volz analisou a liberação de compostos orgânicos voláteis (COVs) a partir dos materiais internos dos automóveis e alertou para os riscos à saúde associados à inalação prolongada dessas substâncias.

Substâncias identificadas e seus efeitos

Entre os compostos identificados no estudo, destacam-se:

  • Benzeno – Presente em plásticos e adesivos do interior do carro, classificado como cancerígeno.
  • Formaldeído – Encontrado em espumas, tecidos e carpetes, com potencial irritativo e cancerígeno.
  • Tolueno – Utilizado em solventes, pode causar tonturas e dores de cabeça.
  • Estireno – Presente em plásticos e borrachas, pode afetar o sistema nervoso central.
  • Xileno – Usado na fabricação de estofados e plásticos, pode causar irritações e dificuldades respiratórias.

Os pesquisadores apontam que a exposição prolongada a esses compostos, especialmente em ambientes fechados como o interior de um carro novo, pode ultrapassar os níveis considerados seguros e representar riscos à saúde.

Fatores que influenciam a liberação de substâncias

Além da pesquisa da Universidade da Califórnia, entidades como a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) também alertam sobre a presença de compostos químicos em veículos novos.

De acordo com o médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, especialista em medicina de tráfego ocupacional, esses gases são subprodutos de derivados do petróleo e sua liberação pode ser intensificada em determinadas condições.

Fatores que influenciam a emissão dessas substâncias incluem:

  • Temperatura interna – O calor acelera a evaporação dos compostos químicos, tornando sua concentração no ar mais elevada.
  • Ventilação – Ambientes fechados ou com pouca circulação de ar favorecem o acúmulo dessas substâncias.
  • Tempo de exposição – Pessoas que permanecem por períodos prolongados em veículos novos podem estar mais suscetíveis aos efeitos desses compostos.

Embora ainda não existam dados estatísticos que comprovem uma relação direta entre a inalação desses gases e o desenvolvimento de doenças específicas, especialistas recomendam precauções para reduzir a exposição.

Medidas para minimizar a exposição

Apesar da inevitável presença de compostos químicos em veículos novos, algumas práticas podem reduzir a inalação dessas substâncias e minimizar possíveis impactos à saúde:

  • Ventilar o carro regularmente – Manter as janelas abertas nos primeiros dias após a compra do veículo ajuda a dissipar os gases.
  • Uso correto do ar-condicionado – Sempre que possível, utilizar o sistema no modo ventilação para renovar o ar interno.
  • Evitar exposição ao sol – Estacionar o veículo em locais sombreados reduz o aquecimento interno e a liberação dos compostos químicos.
  • Protetores solares no painel – Essa prática ajuda a controlar a temperatura do interior do carro, minimizando a evaporação dos compostos.
  • Limpeza frequente do interior – Passar um pano úmido nos estofados e no painel pode ajudar a remover resíduos químicos.
  • Aguardar período de dissipação – Estudos estimam que a presença de compostos voláteis no interior de um carro novo se reduza significativamente após seis meses de uso regular.

O estudo reforça a necessidade de conscientização sobre os possíveis riscos associados à inalação prolongada do cheiro de carro novo. A adoção de medidas preventivas pode contribuir para um ambiente interno mais seguro, reduzindo a exposição a substâncias químicas e seus efeitos à saúde.

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