China reafirma aliança com Rússia em meio a mudanças geopolíticas

CNA/Lee Gim Siong

O chanceler chinês Wang Yi afirmou nesta sexta-feira, 7, que a parceria entre China e Rússia permanecerá inalterada, independentemente de pressões externas ou transformações no cenário internacional.

A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa em Pequim, em um momento marcado por discussões sobre possíveis reaproximações entre Moscou e Washington e negociações diretas entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Ucrânia.

“Independentemente de como a paisagem evolua, a amizade histórica entre China e Rússia não diminuirá”, declarou Wang Yi. Segundo ele, a relação entre os dois países se mantém baseada nos princípios de “não aliança, não confrontação e não direcionamento contra terceiros”.

O chanceler ressaltou que essa estrutura tem se consolidado ao longo dos anos e não será alterada por mudanças na conjuntura internacional.

O posicionamento reforça a linha adotada pelo presidente chinês Xi Jinping, que recentemente se reuniu com Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, para tratar do aprofundamento da cooperação estratégica entre os países.

Xi destacou que os laços bilaterais atingiram um nível inédito e enfatizou a importância da atuação conjunta em fóruns como o BRICS e a Organização de Cooperação de Xangai (OCX), além do fortalecimento da articulação entre países do Sul Global.

Em referência ao histórico da relação sino-russa, Wang Yi destacou que 2024 marca os 75 anos do estabelecimento dos laços diplomáticos entre os dois países.

Ele mencionou que, apenas neste ano, Xi Jinping e Vladimir Putin realizaram três encontros presenciais e que as nações devem celebrar juntas o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da fundação das Nações Unidas.

O chanceler afirmou que China e Rússia “farão todos os esforços para defender o multilateralismo baseado no sistema da ONU”.

A declaração ocorre em meio a análises sobre uma possível estratégia dos Estados Unidos para afastar Moscou de Pequim, utilizando a guerra na Ucrânia como um fator para redefinir relações com a Rússia.

Apesar dessas especulações, Wang Yi e Sergei Shoigu reafirmaram que a cooperação entre os países “não tem como alvo qualquer terceiro país” e segue fundamentada em interesses comuns de estabilidade e colaboração internacional.

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