China manda duro recado ao Japão sobre envolvimento com Taiwan

Mark Schiefelbein / AP

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, alertou nesta sexta-feira, 8, que o Japão não deve utilizar Taiwan para gerar instabilidade na região. A declaração ocorreu durante as “duas sessões” em Pequim, evento político anual da China.

Wang afirmou que as relações com o Japão apresentam uma “tendência positiva de melhoria e desenvolvimento”, mas acusou grupos japoneses de cooperar com forças favoráveis à independência de Taiwan.

“Queremos alertar essas pessoas que, em vez de defender ‘se houver problemas em Taiwan, haverá problemas no Japão’, é melhor lembrar que, se você usar Taiwan para causar problemas, estará, na verdade, causando problemas para o Japão”, disse Wang.

Histórico de Taiwan e posição da China

O Japão ocupou Taiwan após a primeira guerra sino-japonesa em 1895, mas deixou a ilha em 1945, após a derrota na Segunda Guerra Mundial.

A ilha foi então devolvida à China sob o governo do Kuomintang (KMT). Após a guerra civil entre o KMT e o Partido Comunista Chinês, o KMT recuou para Taiwan, onde estabeleceu um governo autônomo.

Pequim considera Taiwan parte da China e defende a reunificação, incluindo o uso da força se necessário. A maioria dos países, incluindo os Estados Unidos, não reconhece Taiwan como estado independente, mas Washington se opõe a qualquer tentativa de reunificação pela força e mantém o compromisso de fornecer armamentos à ilha.

Impactos nas relações internacionais

O relacionamento entre China e Japão é um fator de equilíbrio na região. Melhorias na relação entre os dois países podem reduzir as incertezas enfrentadas por Tóquio em sua aliança com Washington.

O Japão mantém laços estratégicos com os Estados Unidos, que tem ampliado sua presença no Indo-Pacífico em resposta ao crescimento da influência chinesa.

A China reforça que qualquer movimento externo que envolva Taiwan será interpretado como uma interferência em sua soberania. Pequim segue monitorando as relações de Tóquio com a ilha e reafirma sua posição contra qualquer forma de apoio à independência taiwanesa.

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