O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como Banco do BRICS, tem expandido sua presença no cenário financeiro internacional.
Criado em 2014 durante a 6ª Cúpula do BRICS, em Fortaleza, o banco surgiu para oferecer uma alternativa às instituições financeiras tradicionais e ampliar a participação dos países emergentes no sistema econômico global.
Com sede em Xangai, na China, o NDB aprovou mais de US$ 32,8 bilhões em financiamentos para projetos de infraestrutura e sustentabilidade em países como Brasil, Índia, África do Sul, Bangladesh e Egito.
A instituição foi fundada pelos cinco membros originais do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — com o objetivo de apoiar projetos de desenvolvimento sem as condicionalidades impostas por organizações como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Projetos financiados e impacto econômico
Desde o início das operações, em 2016, o NDB tem direcionado investimentos para áreas estratégicas. Entre os projetos apoiados estão a ampliação de redes de energia renovável na Índia e o fortalecimento do sistema de abastecimento de água no nordeste brasileiro.
No Brasil, cerca de US$ 5,2 bilhões foram destinados a 31 projetos, incluindo iniciativas voltadas para usinas solares e eólicas.
Durante a posse de Dilma Rousseff como presidente do NDB, em março de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel da instituição no desenvolvimento econômico dos países emergentes.
“A criação deste banco demonstra que a união entre países emergentes tem o potencial de promover mudanças sociais e econômicas significativas para o mundo. Nosso objetivo não é sermos melhores do que ninguém, mas garantir oportunidades para expandirmos nossas potencialidades e oferecer dignidade, cidadania e qualidade de vida aos nossos povos”, afirmou Lula.
Governança e ampliação da influência global
A estrutura de governança do NDB é composta por um Conselho de Governadores, um Conselho de Diretores e uma equipe executiva liderada por um presidente e quatro vice-presidentes, garantindo a alternância de liderança entre os países membros.
Dilma Rousseff assumiu a presidência do banco em 2023, com a missão de ampliar a influência da instituição e fortalecer sua capacidade de financiamento.
O NDB tem buscado expandir sua base de membros. Recentemente, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia aderiram ao banco. O bloco representa 41% da população mundial e 37% do PIB global em paridade de poder de compra.
Segundo o professor Evandro Menezes de Carvalho, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “o BRICS se posiciona como um agente reformador da governança global, defendendo maior representatividade dos países emergentes nas decisões internacionais”.
Desafios e perspectivas
Apesar da expansão, o NDB enfrenta desafios relacionados à necessidade de consolidar sua estrutura e ampliar sua base de capital, atualmente avaliada em US$ 100 bilhões. Especialistas apontam que a captação de novos recursos será essencial para a ampliação dos financiamentos e a manutenção da estabilidade financeira do banco.
Projetos voltados à transição energética, como investimentos em energia renovável, têm potencial para atrair mais de US$ 2 trilhões em aportes até 2030. Para o Brasil, o banco representa uma alternativa para financiar projetos estratégicos e impulsionar o crescimento econômico.
Empresas brasileiras também têm se beneficiado da participação em licitações de projetos financiados pelo NDB, ampliando sua atuação em mercados internacionais.
Com uma agenda voltada para infraestrutura, financiamento verde e inovação tecnológica, o NDB busca consolidar sua posição como alternativa às instituições financeiras tradicionais, promovendo maior equilíbrio no sistema econômico global.