Em discurso proferido nesta terça-feira, 4, ao Congresso dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump voltou a expressar o interesse em adquirir a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca.
Segundo informações da Reuters, o presidente afirmou que a integração da ilha aos EUA traria benefícios econômicos e militares.
“Nós vamos mantê-los seguros, vamos torná-los ricos, e juntos levaremos a Groenlândia a patamares que vocês nunca imaginaram antes”, declarou Trump.
Trump destacou a relevância estratégica da Groenlândia, caracterizando-a como uma terra de grandes dimensões e uma população reduzida, mas com extrema importância para a segurança militar global.
Ele mencionou a localização da ilha como um ponto crucial entre a Europa e a América do Norte, essencial para o sistema de alerta de mísseis balísticos dos EUA. “Precisamos dela para a segurança mundial”, afirmou o presidente.
Apesar do interesse norte-americano, a ideia de anexação enfrenta resistência tanto por parte do governo dinamarquês quanto da população groenlandesa. Pesquisas de opinião indicam que a maioria dos habitantes da ilha é contrária à proposta de se tornar parte dos Estados Unidos.
No entanto, muitos expressam apoio a uma eventual independência da Dinamarca. Copenhague, por sua vez, já reiterou várias vezes que a Groenlândia “não está à venda”, descartando qualquer possibilidade de negociação sobre a soberania do território.
Durante seu discurso, Trump demonstrou confiança na viabilidade da anexação. Dirigindo-se diretamente aos groenlandeses, afirmou: “Nós apoiamos fortemente seu direito de determinar o próprio futuro, e, se assim escolherem, damos as boas-vindas aos Estados Unidos da América”.
Em um tom provocador, o presidente norte-americano disse: “Acho que vamos conseguir, de um jeito ou de outro, nós vamos conseguir”, o que provocou risadas entre os parlamentares republicanos presentes.
As declarações de Trump reacenderam o debate sobre a independência da Groenlândia. Em resposta, alguns políticos da ilha intensificaram os apelos para que o governo groenlandês acelere as discussões sobre uma possível separação da Dinamarca.
No entanto, a Inuit Ataqatigiit, principal força política da Groenlândia e atualmente no governo local, adotou uma postura cautelosa. O partido destacou que uma possível independência precisa ser discutida com base em fatores econômicos e sociais antes de ser tomada qualquer decisão.
A Dinamarca também se posicionou sobre a questão. Christina Markus Lassen, embaixadora dinamarquesa na ONU, reiterou que a decisão sobre o futuro da Groenlândia cabe exclusivamente ao povo groenlandês.
“A independência é possível, e eles têm o direito à autodeterminação”, afirmou Lassen.
No entanto, a embaixadora alertou para a necessidade de fortalecer a segurança no Ártico, especialmente em um contexto geopolítico em que a cooperação com os Estados Unidos e a OTAN tem se mostrado essencial.
Embora ainda não tenha apoio formal de Copenhague ou de uma parte significativa da população groenlandesa, Trump continua a demonstrar interesse na ilha. O presidente norte-americano segue destacando a importância estratégica da Groenlândia, além dos seus recursos naturais, como fatores que justificam sua intenção.
A insistência de Trump nesse tema pode gerar novos desdobramentos nas relações entre os Estados Unidos e a Dinamarca, além de influenciar as discussões internas na Groenlândia. Contudo, no cenário atual, qualquer mudança no status político do território parece improvável.
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