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Sem austeridade: China registra maior déficit da história e aumenta gastos para impulsionar crescimento

A China anunciou um déficit orçamentário de 4% para este ano, o maior na história do país. A decisão de elevar o teto do déficit, que tradicionalmente não ultrapassava os 3%, é vista como uma estratégia do governo para expandir seus horizontes fiscais e atingir suas metas de crescimento econômico, enquanto tenta mitigar os impactos […]

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Bloomberg

A China anunciou um déficit orçamentário de 4% para este ano, o maior na história do país. A decisão de elevar o teto do déficit, que tradicionalmente não ultrapassava os 3%, é vista como uma estratégia do governo para expandir seus horizontes fiscais e atingir suas metas de crescimento econômico, enquanto tenta mitigar os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos.

O déficit foi divulgado no relatório anual de trabalho do governo chinês, juntamente com outros indicadores econômicos importantes, e é considerado por analistas como uma resposta à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, liderada pelo ex-presidente Donald Trump.

A medida, que amplia os gastos do governo, visa compensar os efeitos das tarifas norte-americanas sobre as exportações chinesas e ajudar a impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em uma entrevista durante a abertura da sessão do Congresso Nacional do Povo, o premiê Li Qiang destacou que a meta de crescimento do PIB da China para 2025 é de cerca de 5%.

“Eles usarão estímulos para compensar tarifas, para que a China possa crescer em ‘cerca de 5 por cento’ em 2025”, afirmou Larry Hu, economista-chefe da China na Macquarie Capital. A meta de crescimento foi revelada no contexto da recente escalada das tarifas entre os dois países.

O aumento do déficit orçamentário ocorre em um momento crucial, logo após o ex-presidente Trump ter imposto novas tarifas de 10% sobre as importações chinesas, dobrando a taxa de 10% que havia sido aplicada no mês anterior.

Essa ação foi vista como mais uma etapa nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, que têm impactado tanto a China quanto os Estados Unidos em diversos setores econômicos.

Com a elevação do déficit, o governo chinês aumentou o nível geral de seu déficit em 1,6 trilhão de yuans (aproximadamente US$ 219,9 bilhões), alcançando um teto de 5,66 trilhões de yuans.

A medida reflete uma tentativa de alavancar os investimentos em estímulos fiscais, visando fortalecer a economia do país e sustentar o crescimento diante de um cenário internacional instável.

A adoção de uma política fiscal “mais proativa” foi mencionada anteriormente por autoridades chinesas como uma resposta às mudanças no cenário econômico global, incluindo as tarifas dos Estados Unidos.

Justin Lin Yifu, professor de economia na Universidade de Pequim e delegado do principal órgão consultivo político da China, afirmou que essa política fiscal ampliada é uma tentativa de ajustar a estratégia econômica do país em face dos desafios impostos pela guerra comercial e pelas pressões externas.

A decisão de ampliar o déficit orçamentário também destaca as diferenças entre as abordagens econômicas adotadas por Pequim e Washington.

Enquanto os Estados Unidos aumentaram suas tarifas sobre os produtos chineses, a China tem respondido com medidas fiscais expansivas, com o objetivo de manter o crescimento econômico estável e evitar um impacto mais significativo sobre a população.

Além disso, a medida faz parte de um conjunto de políticas mais amplas que o governo chinês está implementando para garantir o crescimento a longo prazo, mesmo com as dificuldades criadas pela guerra comercial.

A expectativa é que o aumento do déficit e os estímulos fiscais tenham um impacto positivo na recuperação econômica da China, contribuindo para um crescimento sustentável nos próximos anos.

O Congresso Nacional do Povo, que se reúne anualmente, serve como a principal plataforma política para o governo chinês apresentar suas políticas e planos econômicos.

As discussões sobre o déficit e as metas fiscais são parte de um esforço maior para mostrar a resiliência da economia chinesa, mesmo diante de desafios significativos.

O aumento do déficit e o uso de estímulos fiscais estão entre as estratégias mais discutidas pelos líderes do país, à medida que tentam lidar com os efeitos da guerra comercial e com a necessidade de manter o crescimento em meio a um cenário global cada vez mais volátil.

Em resumo, a China elevou seu déficit orçamentário para 4%, a maior porcentagem registrada até hoje, com o objetivo de impulsionar a economia e lidar com os desafios impostos pelas tarifas dos Estados Unidos. A medida reflete uma política fiscal mais proativa e visa garantir que o país atinja suas metas de crescimento econômico para os próximos anos.

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