China lidera pesquisa global sobre semicondutores e supera Estados Unidos

Criador: Maxx-Studio | Crédito: Shutterstock

A China produziu mais do que o dobro de artigos científicos sobre design e fabricação de chips em comparação com os Estados Unidos, consolidando sua liderança em pesquisas sobre semicondutores. Os dados foram divulgados pelo Emerging Technology Observatory (ETO), ligado à Universidade de Georgetown.

Entre 2018 e 2023, pesquisadores chineses publicaram 160.852 estudos relacionados a semicondutores, mais do que a soma dos três países seguintes no ranking. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 71.688 publicações, seguidos por Índia e Japão. O relatório, divulgado na segunda-feira (3), aponta que nove das dez instituições que mais publicaram sobre o tema são chinesas.

Além do volume, a China também lidera na qualidade das pesquisas. Entre os estudos mais citados no período, 23.520 tiveram autoria de pesquisadores chineses, superando os 22% de autoria americana e os 17% de autoria europeia. A Academia Chinesa de Ciências se destacou como a principal instituição na produção de pesquisas sobre design e fabricação de chips.

O avanço da China ocorre em meio à sua estratégia de autossuficiência no setor de semicondutores, acelerada pelas sanções dos Estados Unidos. Desde 2022, Washington tem imposto restrições ao acesso chinês a tecnologias avançadas, incluindo equipamentos de litografia ultravioleta extrema da empresa holandesa ASML.

Para contornar as restrições, Pequim tem investido na construção de grandes centros de processamento de dados, na expansão do setor de energia e no desenvolvimento de chips de inteligência artificial próprios. O sucesso da startup DeepSeek, que vem desafiando empresas ocidentais no setor, reforça esse movimento.

A China também tem atraído de volta cientistas que estavam no exterior. Nomes como Sun Nan, especialista em chips da Universidade de Tsinghua, e Wang Huanyu, ex-engenheiro da Apple que agora leciona na Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, retornaram ao país para atuar na área acadêmica.

As tensões entre China e Estados Unidos na disputa tecnológica aumentaram após novas sanções impostas pelo governo Biden em dezembro. As restrições ampliaram para 24 os tipos de equipamentos proibidos para exportação à China e incluíram 140 empresas chinesas de semicondutores na chamada “Entity List”, impedindo negócios com empresas americanas.

Autor: Iris Deng
Data: 5 de março de 2025
Fonte: South China Morning Post

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.