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Trump estende ‘tarifaços’ a produtos agropecuários e desafia comércio global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou sua política protecionista, estendendo a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de um acréscimo de 10% para a China. A mais recente medida, que agora inclui o setor agropecuário, pode impactar significativamente os exportadores brasileiros. A partir de 2 de […]

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou sua política protecionista, estendendo a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, além de um acréscimo de 10% para a China. A mais recente medida, que agora inclui o setor agropecuário, pode impactar significativamente os exportadores brasileiros.

A partir de 2 de abril, produtos agropecuários estrangeiros poderão ser afetados por novas sobretaxas, o que coloca o Brasil em um cenário de incerteza. O governo norte-americano busca fortalecer sua produção interna e atender às demandas de seus eleitores do agronegócio.

Em uma postagem na rede social Truth Social, Trump escreveu: “Para os grandes fazendeiros dos Estados Unidos: preparem-se para começar a produzir muitos produtos agrícolas para serem vendidos dentro dos Estados Unidos. As tarifas serão aplicadas sobre produtos externos no dia 2 de abril. Divirtam-se!”.

A medida é um reflexo do movimento contínuo de Trump para proteger a indústria americana, após já ter imposto tarifas sobre setores como aço e alumínio, além de ter implementado barreiras comerciais para produtos automotivos, farmacêuticos, semicondutores, madeira e cobre.

O Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, enfrenta dificuldades com as tarifas sobre esse setor e agora se vê diante do risco de novas barreiras no mercado de alimentos.

Embora os Estados Unidos não sejam o principal destino das exportações de alimentos do Brasil, os dois países competem em commodities importantes, como soja e milho.

Caso as tarifas de Trump resultem em retaliações da União Europeia e da China, o agronegócio brasileiro poderia se beneficiar, ocupando o espaço deixado pelos americanos.

Contudo, a reação do setor agropecuário brasileiro é cautelosa. Empresários temem que qualquer instabilidade no mercado global possa prejudicar as exportações brasileiras e afetar os preços dos produtos no exterior.

A falta de clareza sobre quais produtos serão especificamente atingidos pelas tarifas e se haverá exceções também gera incertezas. A possibilidade de uma maior volatilidade nos mercados internacionais preocupa os exportadores, que avaliam as novas barreiras como um fator de risco.

A medida de Trump visa proteger a produção interna dos Estados Unidos e fortalecer o agronegócio americano, mas especialistas apontam que o aumento de tarifas pode ter efeitos colaterais, especialmente no mercado interno dos Estados Unidos.

Um dos maiores riscos identificados é o impacto inflacionário, já que tarifas mais altas sobre produtos importados tendem a elevar os preços internos, o que pode afetar o custo de vida dos americanos.

Em entrevista à CBS, o investidor bilionário Warren Buffett afirmou que as tarifas são “na verdade, um ato de guerra, de certa forma”, destacando o impacto potencial no consumidor final.

De acordo com um estudo recente do Anderson Economic Group, as tarifas sobre o México e o Canadá podem aumentar em até US$ 12 mil o preço de um automóvel nos Estados Unidos.

Esse cenário pode gerar uma pressão adicional sobre a economia americana, exacerbando a inflação e afetando o poder de compra da população.

No mercado financeiro, o dólar perdeu força em relação ao euro, enquanto as bolsas europeias registraram altas, impulsionadas por expectativas sobre um possível acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.

Enquanto isso, Trump acena para novas negociações comerciais, desta vez com a Argentina. Em uma declaração, Trump elogiou o presidente argentino Javier Milei, chamando-o de “um grande líder”.

Milei, que demonstrou interesse em estreitar laços comerciais com os Estados Unidos, enfrenta a limitação imposta pelo Mercosul, que não permite que seus membros negociem acordos bilaterais sem o consentimento de outros integrantes, como Brasil, Uruguai e Paraguai.

O movimento de Trump de buscar acordos comerciais individuais com países, como a possível negociação com a Argentina, pode afetar a dinâmica do Mercosul e criar desafios para o Brasil, que depende das relações comerciais dentro do bloco.

As tensões globais, acentuadas pela política protecionista de Trump, colocam o Brasil em um cenário de desafios e oportunidades simultâneos.

As novas medidas de Trump reforçam o cenário de incertezas para o Brasil, principalmente para seus setores industriais e agropecuários.

Embora alguns empresários do agronegócio vejam a possibilidade de aproveitar a reconfiguração do comércio global, a maior parte do setor encara as novas tarifas com apreensão, temendo que a escalada protecionista agrave a volatilidade do mercado e eleve os custos de produção e exportação.

À medida que as tarifas entram em vigor, o impacto nos mercados internacionais e no Brasil ainda precisa ser analisado de forma mais aprofundada.

O governo brasileiro e os setores afetados seguem monitorando os desdobramentos dessa política protecionista, enquanto aguardam para entender melhor quais serão as consequências para as exportações e a economia global como um todo.

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