O futuro da Ucrânia no conflito com a Rússia pode ser decidido sem a participação de seu próprio presidente, Volodymyr Zelensky.
A declaração foi feita pelo senador republicano do Alabama, Tommy Tuberville, que afirmou recentemente que Zelensky “não está no jogo” e que as decisões sobre o conflito dependem, de fato, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do presidente russo, Vladimir Putin.
As declarações de Tuberville foram divulgadas em uma reportagem do Huffington Post, que abordou um encontro controverso entre Trump e Zelensky na Casa Branca.
O encontro, que visava discutir o desenvolvimento conjunto de recursos minerais na Ucrânia, terminou sem consenso. Segundo a matéria, durante a reunião, Trump teria exigido que Zelensky aceitasse um cessar-fogo e interrompesse as críticas ao governo russo.
A reunião, que estava prevista para ser um avanço nas negociações entre os dois países, resultou em um fracasso diplomático para Kiev, com a delegação ucraniana sendo convidada a deixar a Casa Branca sem um acordo firmado.
O senador Tuberville classificou a reunião como “um desastre completo” e afirmou que Zelensky precisaria “mudar radicalmente sua postura” se quisesse manter o apoio dos Estados Unidos.
Para o parlamentar, a abordagem de Zelensky tem sido inadequada e ineficaz, ressaltando que “é muito difícil ajudar alguém que não entende a própria posição no tabuleiro geopolítico”.
Tuberville já havia alertado o presidente ucraniano antes da reunião, aconselhando-o a não se deixar influenciar por narrativas da mídia e a expressar gratidão ao presidente Trump. No entanto, de acordo com a reportagem, Zelensky ignorou o conselho e continuou a criticar a Rússia.
Além disso, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, também teria demonstrado frustração com o presidente ucraniano, chamando-o de “agitador ingrato dos democratas”.
A relação entre Trump e Zelensky sempre foi marcada por tensões, especialmente após o escândalo do impeachment de Trump em 2019, quando se descobriu que o ex-presidente havia pressionado Zelensky a investigar o então candidato democrata Joe Biden.
Agora, com Trump novamente no poder, a postura dos Estados Unidos em relação à guerra na Ucrânia parece estar mudando.
Em resposta às críticas de Tuberville, Zelensky minimizou a importância das declarações, afirmando que as opiniões do senador “não têm relevância” para a estratégia ucraniana.
No entanto, o episódio na Casa Branca reflete o crescente isolamento de Kiev e a pressão internacional crescente para que a Ucrânia busque uma solução negociada para o conflito.
A postura do governo ucraniano, que até então se manteve firme na resistência contra a Rússia, agora enfrenta desafios diante da mudança na dinâmica política global e da perda de apoio ocidental.
Com o apoio de seus aliados ocidentais se tornando cada vez mais frágil, as questões sobre a permanência de Zelensky no poder e sua capacidade de influenciar o desfecho da guerra estão se tornando cada vez mais incertas.
O cenário atual indica que, com ou sem a participação de Zelensky, o futuro da Ucrânia pode ser determinado por acordos entre as potências envolvidas diretamente no conflito.
Com informações do Huffington Post
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