As negociações entre os Estados Unidos e a Ucrânia para um acordo sobre o acesso a minerais raros foram suspensas, com a promessa de retomada apenas caso o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se desculpe publicamente por sua postura em uma reunião recente com o ex-presidente Donald Trump e o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.
A informação foi revelada pela Fox News, que citou uma fonte anônima do governo norte-americano.
De acordo com o correspondente Peter Doocy, a relação entre a Casa Branca e o governo ucraniano atravessa um momento de crise, com uma “desconexão significativa” entre as duas partes.
A reportagem detalhou que um alto funcionário da administração de Joe Biden afirmou que o acordo sobre minerais raros não avançará enquanto Zelensky não fizer um pedido formal de desculpas pelo seu comportamento durante a reunião realizada na Casa Branca, no último dia 1º de março.
“Nada avançará até que Zelensky se desculpe publicamente”, afirmou a fonte.
O encontro, que tinha o objetivo de discutir o avanço nas negociações sobre os recursos minerais ucranianos, se transformou em uma discussão acalorada.
Trump teria acusado Zelensky de falta de gratidão e sugerido que a Ucrânia já estaria derrotada pela Rússia sem o apoio dos Estados Unidos. A reunião rapidamente escalou para um confronto direto, aumentando a tensão entre os dois países.
Nas semanas que se seguiram, o conflito diplomático entre os EUA e a Ucrânia se agravou, especialmente em razão da tentativa de Washington de firmar um acordo que garantiria acesso privilegiado aos minerais raros ucranianos.
A crise gerada pela reunião com Trump, no entanto, levou à paralisação dessas tratativas, deixando o futuro do acordo em suspenso.
Em entrevista à BBC, Zelensky afirmou estar disposto a continuar o diálogo com os EUA e a assinar o acordo, mas não demonstrou disposição para se retratar. “Temos um relacionamento histórico com os Estados Unidos, e isso deve prevalecer sobre qualquer discordância momentânea”, declarou o presidente ucraniano.
A pressão por um pedido de desculpas foi reforçada por figuras de destaque do governo dos EUA. O Secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que Zelensky deveria se desculpar por “desperdiçar nosso tempo” e por transformar a reunião em “um fiasco”.
O conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, também responsabilizou Zelensky pela crise, afirmando que o impasse é fruto de sua recusa em discutir questões de paz com a Rússia. “O problema é Zelensky e sua recusa em falar sobre paz”, afirmou Waltz em entrevista à Fox News.
Além disso, Waltz enfatizou em entrevista à CNN que o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia pode depender de uma mudança na postura de Kiev em relação à guerra com a Rússia.
“Se ficar claro que as motivações pessoais ou políticas do presidente Zelensky divergem do objetivo de encerrar a guerra, então teremos um problema sério”, disse o conselheiro.
A crescente insatisfação com o prolongamento do conflito na Ucrânia tem gerado reações dentro da política dos Estados Unidos, o que reflete uma mudança na postura do governo norte-americano em relação à sua parceria com Kiev.
As condições para o apoio político e econômico dos EUA à Ucrânia agora parecem estar mais rigorosas, com uma maior exigência de que as negociações avancem com base em uma solução para o conflito.
Essa crise diplomática coloca em xeque o futuro da cooperação entre os dois países, com o governo de Washington deixando claro que espera um reposicionamento de Zelensky em relação às negociações de paz e ao acordo de minerais.
O impasse gerado pela tensão política pode afetar significativamente o andamento do relacionamento bilateral, tornando o cenário incerto para as próximas etapas da parceria entre os EUA e a Ucrânia.
A continuidade do conflito na Ucrânia e a postura de Kiev frente às exigências de Washington permanecem no centro das discussões, com uma possibilidade cada vez maior de que o sucesso das negociações futuras dependa de uma mudança substancial nas atitudes políticas de Zelensky em relação aos Estados Unidos e à sua abordagem para a guerra com a Rússia.
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