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Comissão Europeia prepara pacote bilionário para defesa militar própria e da Ucrânia

A Comissão Europeia anunciou, nesta terça-feira, 4, a proposta de um novo empréstimo conjunto no valor de 150 bilhões de euros (aproximadamente 157,76 bilhões de dólares) para financiar os governos da União Europeia em investimentos destinados ao fortalecimento das capacidades de defesa. A iniciativa faz parte de um plano mais amplo que visa o financiamento […]

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European Union, 2023.

A Comissão Europeia anunciou, nesta terça-feira, 4, a proposta de um novo empréstimo conjunto no valor de 150 bilhões de euros (aproximadamente 157,76 bilhões de dólares) para financiar os governos da União Europeia em investimentos destinados ao fortalecimento das capacidades de defesa.

A iniciativa faz parte de um plano mais amplo que visa o financiamento total de 800 bilhões de euros, com o objetivo de aumentar a preparação militar da Europa.

A proposta surge em um contexto de crescente pressão sobre os líderes europeus para que aumentem os investimentos em defesa, especialmente após o retorno de Donald Trump à cena política dos Estados Unidos.

A liderança norte-americana tem gerado preocupações na Europa sobre a dependência do apoio militar de Washington, o que tem levado os países da União Europeia a reconsiderar sua estratégia de defesa.

De acordo com a Comissão Europeia, o empréstimo proposto seria destinado ao desenvolvimento de capacidades paneuropeias em diversas áreas, incluindo defesa aérea e antimísseis, sistemas de artilharia, mísseis, munições, drones e sistemas de combate a drones.

Além disso, o plano também incluiria recursos para melhorar a cibersegurança e a mobilidade militar, elementos considerados essenciais para aumentar a autonomia da Europa em matéria de defesa.

Em sua declaração, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que o novo financiamento conjunto ajudaria os Estados-membros da União Europeia a consolidar a demanda e realizar compras coletivas, o que resultaria em uma redução de custos, maior interoperabilidade entre os países e um fortalecimento da base industrial de defesa do bloco.

Von der Leyen não especificou um cronograma detalhado para a implementação do plano, mas enfatizou a urgência do aumento de investimentos no setor de defesa ao longo desta década.

A proposta será discutida em uma cúpula especial da União Europeia, que acontecerá na próxima quinta-feira e terá como foco os gastos com defesa. Durante o encontro, os líderes dos países do bloco analisarão a viabilidade do empréstimo conjunto e outros aspectos relacionados à cooperação militar europeia.

Uma das sugestões mais significativas feitas pela Comissão Europeia foi a isenção dos investimentos em defesa dos limites fiscais estabelecidos pelas regras da União Europeia para os gastos governamentais.

“Se os Estados-membros aumentassem seus gastos com defesa em 1,5% do PIB, em média, isso poderia criar um espaço fiscal próximo a 650 bilhões de euros”, afirmou von der Leyen, destacando que essa flexibilidade financeira permitiria maior capacidade de investimento no setor.

Além disso, a Comissão propôs que os fundos de coesão da UE, que historicamente têm sido destinados a reduzir desigualdades econômicas entre os países do bloco, também possam ser alocados para projetos relacionados à defesa.

Com essas propostas, a iniciativa poderia disponibilizar até 800 bilhões de euros para os governos europeus fortalecerem suas capacidades militares.

Von der Leyen declarou: “A Europa está pronta para assumir suas responsabilidades. Podemos mobilizar quase 800 bilhões de euros para uma Europa segura e resiliente. Continuaremos a trabalhar em estreita cooperação com nossos parceiros da OTAN. Este é um momento crucial para a Europa. E estamos prontos para dar esse passo”.

Após o anúncio, o índice Stoxx Europe Aerospace and Defence (.SXPARO), que monitora empresas do setor, registrou uma alta, indicando otimismo com as novas propostas de investimento.

A iniciativa da Comissão Europeia surge em um contexto de crescente incerteza geopolítica, particularmente com relação ao compromisso dos Estados Unidos com a OTAN. Durante sua presidência, Donald Trump havia gerado dúvidas sobre o apoio contínuo de Washington aos membros europeus da aliança de segurança.

Trump também sugeriu que os países da OTAN deveriam gastar 5% de seu PIB em defesa, uma meta que nenhum país da organização, incluindo os próprios Estados Unidos, atualmente atinge.

A situação ficou ainda mais tensa recentemente, quando Trump suspendeu a ajuda militar à Ucrânia após um confronto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy.

Essa decisão gerou grande preocupação entre os países europeus, que temem que a instabilidade política nos Estados Unidos possa afetar a segurança do continente.

Como resposta, as nações da União Europeia estão buscando formas de fortalecer sua autonomia em relação aos Estados Unidos e reforçar a capacidade de defesa coletiva no âmbito da OTAN.

Com a proposta de empréstimo conjunto, a União Europeia busca garantir um futuro mais seguro e independente em termos de defesa, ao mesmo tempo que continua a trabalhar em estreita colaboração com a OTAN. No entanto, o sucesso desse plano dependerá da aprovação dos Estados-membros e da capacidade do bloco de alinhar seus interesses militares e fiscais de maneira eficaz.

Os próximos passos, que incluem a discussão da proposta na cúpula de defesa da UE, serão decisivos para determinar se a União Europeia poderá avançar com a implementação de sua estratégia de fortalecimento da defesa e reduzir a dependência das potências externas.

Com informações da Reuters

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