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China reduz dependência de importações agrícolas dos EUA

Desde a imposição de tarifas entre Estados Unidos e China durante o primeiro mandato de Donald Trump, Pequim adotou uma série de medidas para diminuir sua dependência dos produtos agrícolas norte-americanos. A estratégia faz parte de um esforço mais amplo para fortalecer a segurança alimentar do país e reduzir vulnerabilidades econômicas. Com menor dependência das […]

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Uma vista aérea de uma colheitadeira colhendo soja em Deerfield, Ohio, EUA, 7 de outubro de 2021. Foto tirada com um drone. Foto tirada em 7 de outubro de 2021. REUTERS/Dane Rhys

Desde a imposição de tarifas entre Estados Unidos e China durante o primeiro mandato de Donald Trump, Pequim adotou uma série de medidas para diminuir sua dependência dos produtos agrícolas norte-americanos. A estratégia faz parte de um esforço mais amplo para fortalecer a segurança alimentar do país e reduzir vulnerabilidades econômicas.

Com menor dependência das importações dos EUA, a China agora pode usar os bilhões de dólares que ainda gasta com produtos agrícolas norte-americanos como ferramenta de pressão na crescente disputa comercial com Washington.

Nesta terça-feira (4), o Ministério das Finanças da China anunciou novas tarifas entre 10% e 15% sobre produtos agrícolas dos Estados Unidos, incluindo soja, milho, laticínios e carne. A medida foi uma resposta às recentes sanções impostas pelo governo Trump.

Diversificação de fornecedores e incentivo à produção local

Desde 2019, Pequim vem ampliando sua base de fornecedores e investindo em produção interna. Naquele ano, interrompeu a compra de produtos agrícolas dos EUA em retaliação às tarifas impostas pela Casa Branca. Em 2020, assinou o acordo comercial da “Fase 1” com Washington, comprometendo-se a aumentar as compras de produtos americanos, mas não cumpriu totalmente as metas estabelecidas.

Nos anos seguintes, a China acelerou a adoção de biotecnologia agrícola, liberando testes comerciais de milho e soja geneticamente modificados e incentivando o uso de proteínas microbianas e resíduos alimentares na alimentação animal. O governo também aprovou a importação de variedades de milho geneticamente modificado da Argentina e aumentou as compras de trigo e cevada da Rússia.

Política estatal de segurança alimentar

O governo chinês intensificou sua política de segurança alimentar. Em 2022, o presidente Xi Jinping declarou que a China deve ser autossuficiente na produção de alimentos para evitar dependência externa. Em junho de 2024, entrou em vigor a primeira Lei de Segurança Alimentar do país, que estabelece metas para garantir o abastecimento de grãos e proíbe a conversão de terras agrícolas para outros usos.

Paralelamente, Pequim lançou um plano para aumentar a produção de grãos em mais de 50 milhões de toneladas até 2030 e um programa de modernização agrícola para aprimorar técnicas de cultivo e elevar a produtividade.

Impactos na balança comercial

A estratégia de diversificação reduziu significativamente as importações chinesas dos EUA. De janeiro a novembro de 2024, as compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos caíram 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. Essa tendência reflete a busca do país por fornecedores alternativos e maior independência no setor agrícola.

Com a reeleição de Trump e a escalada da guerra comercial, Pequim impôs, em março de 2025, novas tarifas sobre US$ 21 bilhões em produtos agropecuários dos Estados Unidos. O impacto da medida pode aprofundar ainda mais as tensões entre as duas maiores economias do mundo e influenciar o comércio global de commodities agrícolas.


Autor: Mei Mei Chu
Data: 4 de março de 2025
Fonte: Reuters

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