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China reage às tarifas de Trump impondo barreiras a produtos agrícolas dos EUA

Brasil, principal concorrente agropecuário dos EUA, sobretudo no mercado de grãos (soja, milho, etc) e carnes, pode ser o principal beneficiado da guerra comercial entre as duas potências. A China reagiu rapidamente nesta terça-feira (4) às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, aplicando sobretaxas de 10% a 15% sobre US$ 21 bilhões em exportações agrícolas […]

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Trump e Xi / Reprodução

Brasil, principal concorrente agropecuário dos EUA, sobretudo no mercado de grãos (soja, milho, etc) e carnes, pode ser o principal beneficiado da guerra comercial entre as duas potências.

A China reagiu rapidamente nesta terça-feira (4) às novas tarifas impostas pelos Estados Unidos, aplicando sobretaxas de 10% a 15% sobre US$ 21 bilhões em exportações agrícolas e de alimentos americanos. A medida aproxima ainda mais as duas maiores economias do mundo de uma guerra comercial em grande escala.

Pequim também impôs restrições de exportação e investimento a 25 empresas americanas por razões de segurança nacional, mas evitou punir grandes corporações, como fez em retaliação às tarifas aplicadas pelo governo Trump em 4 de fevereiro.

EUA e China intensificam disputas comerciais

As novas tarifas americanas, que representam um acréscimo de 10% aos tributos já existentes sobre os produtos chineses, entraram em vigor às 5h01 GMT. No total, as sobretaxas agora somam 20%, justificadas pela Casa Branca como uma resposta à suposta inação da China no combate ao tráfico de fentanil.

Em resposta, o governo chinês acusou os EUA de “chantagem” e afirmou que possui uma das políticas antidrogas mais rígidas do mundo. Analistas avaliam que Pequim ainda busca uma solução negociada e, por isso, manteve suas tarifas abaixo de 20%, deixando margem para um possível acordo.

“Estamos nos primeiros estágios da Guerra Comercial 2.0”, afirmou Even Pay, analista agrícola da Trivium China. Para ele, ainda há tempo para um acordo entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, antes que o conflito se agrave.

Produtos atingidos pelas novas tarifas chinesas

Entre as retaliações anunciadas, a China iniciou uma investigação sobre produtores americanos de fibra óptica por suspeita de driblar medidas antidumping. Também suspendeu licenças de importação de três exportadores dos EUA e bloqueou embarques de madeira americana para o país.

Os novos tributos chineses incluem uma taxa adicional de 15% sobre frango, trigo, milho e algodão americanos, além de um acréscimo de 10% sobre soja, sorgo, carne suína, carne bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios.

As novas tarifas afetam cerca de 15% das exportações dos EUA para a China, segundo cálculos da Reuters baseados em dados do censo americano de 2024.

Além disso, Pequim adicionou 15 empresas americanas à sua lista de controle de exportações, impedindo empresas chinesas de vender tecnologias de uso duplo para essas companhias. Outras 10 empresas dos EUA foram incluídas na “Lista de Entidades Não Confiáveis” por venderem armas para Taiwan, território que a China reivindica como seu.

Impacto na inflação dos EUA e na recuperação econômica da China

A escalada na guerra comercial pode aumentar a inflação nos Estados Unidos e dificultar a recuperação econômica da China, que ainda depende fortemente das exportações após a pandemia de COVID-19.

O Conselho de Negócios EUA-China criticou as novas tarifas de Trump. “Tarifas generalizadas prejudicam empresas, consumidores e agricultores americanos, além de enfraquecer nossa competitividade global”, disse o presidente da entidade, Sean Stein.

Por outro lado, outros países podem se beneficiar do conflito. Desde a primeira onda de tarifas entre EUA e China no governo Trump, Pequim reduziu sua dependência de produtos agrícolas americanos ao incentivar a produção interna e diversificar suas importações, aumentando compras do Brasil, por exemplo.

Exportadores agrícolas dos EUA devem buscar novos mercados na Ásia, África e Índia. Especialistas apontam que tarifas chinesas sobre trigo e milho dos EUA podem favorecer exportadores da Austrália e da Argentina.

“A taxação sobre o trigo e o milho americanos deve aumentar a demanda pelo trigo australiano”, afirmou Dennis Voznesenki, analista do Commonwealth Bank, na Austrália.

A guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo segue em escalada, sem sinais de trégua no curto prazo.

Por Joe Cash, Mei Mei Chu e Nicoco Chan
4 de março de 2025
Fonte: Reuters

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