A implantação de um drone de vigilância de longo alcance pela China no Mar da China Meridional representa um desafio significativo para as aeronaves furtivas e a superioridade aérea dos Estados Unidos na região, segundo um comentarista militar chinês.
A informação foi divulgada pelo site de notícias de defesa dos EUA, The War Zone, que relatou na semana passada que imagens de satélite confirmaram a operação do drone WZ-9, um veículo aéreo não tripulado (VANT) de alta altitude e longa duração, desde dezembro em uma base militar chave na ilha de Hainan, no sul da China.
O drone foi avistado na Base Aérea de Ledong, também conhecida como Base Aérea Foluo Nordeste, localizada nas proximidades de locais estratégicos, incluindo a Base Naval de Yulin, que abriga submarinos com mísseis balísticos movidos a energia nuclear.
O WZ-9 é um drone de vigilância de alto desempenho, projetado para operar em altitudes de até 25.000 metros (82.000 pés) e pode voar por até 35 horas.
Equipado com radar de longo alcance, o VANT tem a capacidade de monitorar uma vasta área, com sua tecnologia permitindo a detecção de alvos a distâncias de até 500 km (310 milhas), o que garante vigilância contínua sobre grandes áreas marítimas.
De acordo com o relatório, a implantação do WZ-9 no Mar da China Meridional é parte de uma estratégia mais ampla da China para fortalecer sua presença militar na região e melhorar sua capacidade de monitoramento e controle.
A operação desses drones representa um avanço significativo nas capacidades de defesa do país, que tem investido em tecnologias de vigilância de longo alcance para enfrentar o crescente poder militar dos Estados Unidos na área.
O ex-instrutor do Exército de Libertação Popular, Song Zhongping, afirmou que o radar de longo alcance do WZ-9 coloca em risco a dependência dos Estados Unidos em relação à tecnologia furtiva para garantir sua superioridade aérea.
“O radar do drone desafia seriamente a capacidade dos EUA de manter a superioridade aérea, enfraquecendo sua força de combate no Indo-Pacífico”, disse Song.
Ele acrescentou que o WZ-9 pode ser um fator disruptivo, uma vez que suas capacidades de detecção permitem monitorar aeronaves furtivas, que dependem de camuflagem radar para evitar detecção.
O uso de drones avançados como o WZ-9 demonstra a crescente ênfase da China em desenvolver e implantar tecnologias militares modernas, incluindo veículos aéreos não tripulados, para reforçar sua estratégia de defesa e de controle no Mar da China Meridional.
A região tem sido um ponto de tensão, com disputas territoriais envolvendo a China, os Estados Unidos e outros países da região, incluindo o Vietnã, as Filipinas e a Malásia.
A implantação de drones de vigilância pode proporcionar à China uma vantagem estratégica significativa, permitindo o monitoramento constante de atividades no mar e no espaço aéreo.
As capacidades do WZ-9 também destacam uma mudança na forma como a China está conduzindo suas operações militares. Em vez de depender exclusivamente de aeronaves tripuladas e tecnologias de radar convencionais, a China tem adotado uma abordagem que incorpora veículos aéreos não tripulados para expandir seu alcance e sua presença.
Isso reflete uma tendência crescente no uso de drones em contextos militares, uma vez que essas aeronaves oferecem uma maneira eficaz de realizar missões de vigilância sem arriscar vidas humanas.
A crescente presença militar da China no Mar da China Meridional e o uso de drones avançados como o WZ-9 aumentam as tensões na região, com os Estados Unidos e seus aliados monitorando de perto as atividades militares chinesas.
A situação se torna ainda mais complexa à medida que a China expande suas capacidades de defesa, enquanto os Estados Unidos reforçam suas operações para garantir o acesso livre e seguro às águas disputadas.
A China, por sua vez, defende suas ações no Mar da China Meridional como parte de seu direito soberano sobre as áreas marítimas, apesar das objeções de outros países da região e das críticas internacionais.
O uso de drones como o WZ-9 é uma parte fundamental de sua estratégia para proteger seus interesses na área e monitorar as atividades de outros países, incluindo as operações militares dos EUA.
O cenário no Mar da China Meridional segue tenso, e a introdução de novas tecnologias de vigilância, como o WZ-9, só aumenta a complexidade da situação. Com a continuidade das disputas territoriais e o fortalecimento das capacidades militares de ambas as potências, a dinâmica de segurança na região provavelmente continuará a evoluir.