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Israel bloqueia entrada de ajuda humanitária em Gaza para pressionar por mudança nas regras de acordo

Israel se nega a tirar tropas do Corredor Filadélfia, como acordado para a segunda fase do cessar-fogo O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (2) que interrompeu a entrada de ajuda humanitária em Gaza porque o Hamas não teria aceitado um plano para estender a primeira fase do cessar-fogo, que terminou neste […]

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AFP

Israel se nega a tirar tropas do Corredor Filadélfia, como acordado para a segunda fase do cessar-fogo

O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (2) que interrompeu a entrada de ajuda humanitária em Gaza porque o Hamas não teria aceitado um plano para estender a primeira fase do cessar-fogo, que terminou neste sábado (1º).

Segundo Israel, o plano teria sido elaborado pelo enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e propõe que o Hamas continue a libertar os prisioneiros israelenses capturados no dia 7 de outubro de 2023 sem que as tropas israelenses deixem o território. Na quinta-feira (27), o gabinete de Netanyahu afirmou que as Forças de Defesa de Israel não iriam sair do Corredor Filadélfia, uma extensão de terra de 14 km que separa a Faixa de Gaza do Egito – a maior parte da ajuda humanitária entra justamente por essa travessia.

Desde o início do cessar-fogo, cerca de 600 caminhões entravam em Gaza todos os dias com mantimentos como comida, água potável, medicamentos e combustível.

Segundo o acordo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, na segunda fase do plano de cessar-fogo, o Hamas deveria libertar os 59 reféns ainda em cativeiro (acredita-se que a maioria já morreu) e Israel deveria retirar as tropas do território palestino. O que Netanyahu tenta agora é uma manobra para não cumprir a segunda fase do acordo.

No comunicado publicado neste domingo, o gabinete do primeiro-ministro israelense afirma que “à luz da recusa do Hamas de aceitar o rascunho de Witkoff para continuar as negociações – com o qual Israel concordou -, o primeiro-ministro decidiu que, a partir desta manhã, toda entrada de bens e mantimentos para a Faixa de Gaza vai parar. Israel não vai permitir um cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns. Se o Hamas continuar com a recusa, haverá mais consequências”.

Em resposta, o Hamas também divulgou um comunicado no qual classifica a decisão do governo israelense como “chantagem barata, crime de guerra e um golpe flagrante contra o acordo [de cessar-fogo]”.

Já a extrema direita israelense subiu o tom e explicitou mais uma vez a vontade de acabar com o acordo de cessar-fogo. Em postagem no X, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, afirmou que a decisão de interromper a ajuda humanitária a Gaza é “um importante passo na direção certa”. Fazendo referência a uma fala do presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou “abrir os portões do inferno” em Gaza caso os prisioneiros israelenses não fossem libertados, Smotrich escreveu: “Agora precisamos abrir esses portões o mais rápido e letalmente possível contra nosso inimigo cruel, até a vitória absoluta”.

Até agora, nem Israel nem o Hamas anunciaram oficialmente o fim do cessar-fogo, mas o Ministério da Saúde de Gaza informou que quatro pessoas morreram e outras cinco ficaram feridas em ataques de drones israelenses contra o território palestino neste domingo.

Publicado originalmente pelo Brasil de Fato em 02/03/2025

Edição: Raquel Setz

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