Lula destaca o papel do BRICS na governança global, reforçando o compromisso com o multilateralismo, a cooperação internacional e a reforma das instituições mundiais
Ao início do segundo dia da primeira Reunião de Sherpas do BRICS Brasil, nesta quarta-feira (26), o presidente da República discorreu sobre as prioridades brasileiras ao grupo e salientou a responsabilidade histórica dos países em buscar soluções construtivas e equilibradas.
“O recurso ao unilateralismo solapa a ordem internacional. Quem aposta no caos e na imprevisibilidade se afasta dos compromissos coletivos que a humanidade precisa urgentemente assumir. Negociar com base na lei do mais forte é um atalho perigoso para a instabilidade e para a guerra. Frente à polarização e à ameaça de fragmentação, a defesa consistente do multilateralismo é o único caminho que devemos trilhar”, enfatizou o presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, neste segundo dia de Reunião de Sherpas do BRICS, a primeira sob a coordenação brasileira em 2025.
O encontro, que teve início nesta terça-feira (25), acontece no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), e marca o início de uma agenda ambiciosa, focada em fortalecer o multilateralismo, promover a cooperação entre os países do Sul Global e reformar a governança internacional.
Enquanto na terça as sessões estiveram focadas em Cooperação em Saúde Global, Mudança do Clima e Comércio, Investimentos e Finanças, nesta quarta (26) a atenção esteve no tema da Governança da Inteligência Artificial e à tarde finaliza com sessão sobre o Desenvolvimento Institucional do grupo.
Em relação a esta prioridade, o presidente brasileiro destacou que “o aumento da institucionalidade do BRICS é um passo rumo à maturidade” e que métodos de trabalho mais eficientes garantirão ações com maior impacto global possível, em especial a partir da expansão do agrupamento.
Levando em conta a composição plena que durou quatorze anos (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o aumento de países, membros e parceiros, implicados formalmente nos objetivos de cooperação do Sul Global é de 300%.
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Junto ao presidente, os quatro nomes da diplomacia nacional que compuseram a mesa são do ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Mauro Vieira, do assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, embaixador Celso Amorim, do sherpa do BRICS Brasil, embaixador Mauricio Lyrio, e da coordenadora-geral da presidência brasileira do BRICS, a ministra Paula Barboza.
Lula sinalizou confiança no papel que o agrupamento tem a cumprir nos cenários nacionais e internacional, bem como a importância de um alinhamento global por posições concretas em frente a temas de ordem social, econômica e ambiental. “Estou convicto de que o BRICS seguirá sendo um motor de mudanças positivas para nossas nações e para o mundo. Atuar de forma coordenada pelo sucesso da presidência sul-africana do G20 e da presidência brasileira da COP30 é defender o futuro compartilhado neste planeta”, disse.
Além da presença dos sherpas dos onze países membros, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia e Uzbequistão enviaram representações na condição de países parceiros. A próxima Reunião de Sherpas será do dia 24 a 27 de abril.
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