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IBGE: Desemprego voltou a subir em janeiro

A taxa de desocupação no Brasil registrou aumento para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2025, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta terça-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre […]

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AGÊNCIA BRASIL

A taxa de desocupação no Brasil registrou aumento para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro de 2025, conforme os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta terça-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice representa um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que registrou 6,2%. Essa é a segunda alta consecutiva, após o menor nível já registrado na série histórica, de 6,1%, no trimestre de setembro a novembro de 2024.

Embora a taxa tenha aumentado, o cenário do mercado de trabalho ainda é melhor do que no mesmo período do ano anterior, quando a taxa de desocupação estava em 7,6%.

O número de desempregados, que no trimestre encerrado em janeiro de 2025 somou 7,2 milhões de pessoas, apresentou um aumento de 5,3% (364 mil pessoas) em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2024.

Porém, em comparação com o mesmo período de 2024, houve uma redução de 13,1% no número de desempregados, o que equivale a uma diminuição de 1,1 milhão de pessoas fora do mercado de trabalho.

O total de trabalhadores ocupados no Brasil foi de 103 milhões, representando uma queda de 641 mil pessoas (-0,6%) na comparação com o trimestre anterior. No entanto, quando analisado o ano de 2024, houve um crescimento de 2,4%, o que representa um acréscimo de 2,4 milhões de pessoas no mercado de trabalho.

O nível de ocupação, que mede o percentual de pessoas empregadas na população em idade ativa, caiu de 58,7% para 58,2% na comparação com o trimestre anterior, mas ainda é superior ao índice de 57,3% registrado no mesmo período de 2024.

De acordo com William Kratochwill, analista do IBGE, os dados indicam que o mercado de trabalho está em processo de ajuste.

“A taxa de desocupação para este trimestre, de 6,5%, foi menor do que em 2024 no mesmo trimestre (7,6%), ou seja, houve grande evolução. No entanto, a variação de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019”, afirmou Kratochwill.

A taxa de informalidade, que mede o percentual de trabalhadores sem vínculo formal, caiu para 38,3% no trimestre encerrado em janeiro de 2025, representando 39,5 milhões de pessoas. Esse índice foi inferior ao registrado no trimestre anterior (38,9%) e ao observado no mesmo período de 2024 (39%).

A redução da informalidade é atribuída principalmente à diminuição do número de trabalhadores sem carteira assinada (13,9 milhões), enquanto o número de trabalhadores autônomos (25,8 milhões) permaneceu estável.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado permaneceu em 39,3 milhões, sem variações significativas na comparação com o trimestre anterior. Contudo, em comparação com o mesmo período de 2024, houve um crescimento de 3,6%, refletindo a recuperação gradual do mercado de trabalho formal.

Setores Públicos e Agropecuária Registam Queda no Emprego

Nenhuma das dez principais atividades econômicas analisadas pela PNAD Contínua apresentou aumento no número de trabalhadores no trimestre encerrado em janeiro. Duas atividades registraram queda no número de ocupados: Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,5%, com menos 469 mil trabalhadores) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,1%, com menos 170 mil trabalhadores).

Kratochwill atribui essa queda a um movimento sazonal. “Os dados mostram que no início de cada ano há um movimento de desligamentos na Administração pública, saúde e educação. Mesmo com a redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior, esse grupo está 2,9% maior do que no mesmo trimestre do ano passado”, explicou o analista.

Em contraste, cinco setores registraram crescimento na ocupação em comparação com o ano passado: Indústria Geral (2,7%, ou mais 355 mil trabalhadores), Construção (3,3%, ou mais 246 mil), Comércio e reparação de veículos (3,4%, ou mais 654 mil), Informação e atividades financeiras (2,9%, ou mais 373 mil) e Administração pública e serviços sociais (2,9%, ou mais 523 mil).

Rendimento Cresce, Massa Salarial Fica Estável

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 foi de R$ 3.343, representando um aumento de 1,4% em relação ao trimestre anterior e uma alta de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2024.

Por outro lado, a massa de rendimento real habitual, que soma os salários de todos os trabalhadores, alcançou R$ 339,5 bilhões, refletindo um crescimento de 6,2% na comparação anual (um aumento de R$ 19,9 bilhões). No entanto, o indicador se manteve estável em relação ao trimestre anterior, refletindo a leve queda na população ocupada.

Kratochwill explicou que o aumento da massa de rendimento real se deve ao crescimento no número de trabalhadores ocupados, que aumentou 2,4% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o que contribuiu para a expansão da massa salarial.

Perspectivas para o Mercado de Trabalho

Embora a taxa de desocupação tenha aumentado no trimestre encerrado em janeiro, os dados indicam que o mercado de trabalho está em uma situação mais favorável em relação ao ano anterior. A redução da informalidade e a estabilidade no emprego formal apontam para uma recuperação contínua, apesar das oscilações sazonais.

Os desafios persistem, especialmente em setores-chave como o público e a agropecuária, onde a ocupação tem diminuído. O comportamento do mercado de trabalho nos próximos meses dependerá do ritmo da economia e das políticas públicas voltadas à geração de empregos e à redução da desigualdade no Brasil.

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