A crise entre os Estados Unidos e a Ucrânia alcançou um novo estágio de negociação, com o presidente Donald Trump exigindo que o governo de Kiev entregue US$ 500 bilhões em minérios críticos como compensação pelo apoio militar fornecido pelos EUA. A informação foi revelada pela Reuters, com base em fontes oficiais ucranianas.
O processo de negociação, que se encontra em seus “estágios finais”, tem sido marcado por tensões. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou inicialmente um rascunho do acordo no começo de fevereiro, o que gerou insatisfação na Casa Branca e colocou em risco a continuidade do suporte dos EUA à Ucrânia.
Trump, que tem adotado uma postura mais agressiva em relação ao conflito, afirma que a Ucrânia deve arcar com os custos do apoio militar recebido durante a administração de Joe Biden.
De acordo com Olha Stefanishyna, vice-primeira-ministra da Ucrânia, os dois países estão em fase final de negociação sobre o acordo relacionado aos minérios. Stefanishyna afirmou que as conversas têm sido “muito construtivas” e que “quase todos os detalhes-chave foram finalizados”.
Em uma publicação na rede X, ela declarou que espera que o acordo seja assinado pelos líderes ucraniano e norte-americano em Washington “o mais rápido possível” para demonstrar um compromisso de longo prazo.
Apesar das negociações, a imposição de Trump reflete uma crescente subordinação da Ucrânia em relação aos Estados Unidos. Zelensky, que tem buscado apoio internacional para o conflito, declarou que não considera o apoio de Biden como um empréstimo.
No entanto, ele não esconde a pressão para atender aos interesses americanos. Até o momento, os Estados Unidos forneceram à Ucrânia US$ 67 bilhões em armamentos e US$ 31,5 bilhões em apoio financeiro direto, recursos que Trump agora exige que sejam retribuídos em forma de minérios ucranianos.
Espera-se que o acordo seja formalizado ainda nesta semana, o que representaria uma das maiores concessões econômicas da guerra. Caso seja assinado, o acordo permitirá aos Estados Unidos o acesso privilegiado às vastas reservas minerais da Ucrânia, consolidando a crescente dependência do país em relação aos interesses americanos e deixando-o cada vez mais vulnerável às imposições de Washington.
Com informações da Reuters
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