Viktor Orban promete enfrentar ONGs financiadas pelos EUA e denuncia tentativa de manipulação política na Hungria, acirrando a disputa com o Ocidente
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban anunciou que seu governo enviará um comissário aos Estados Unidos para reunir informações sobre fundos americanos fluindo para as “organizações públicas pseudo-civis” da Hungria. Segundo o Global Times, falando em seu discurso sobre o estado da nação no sábado (22), Orban afirmou que esses fundos foram usados para “comprar jornalistas, juízes e promotores, políticos, fundações, burocratas” e para impor o que ele descreveu como “uma ditadura liberal de opinião” em todo o mundo ocidental.
Relatórios recentes na mídia local sugeriram que o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) foi usado na Hungria para minar o governo.
Orban declarou que essas revelações “tiraram os esqueletos do armário”, expondo um sistema projetado para suprimir a soberania nacional influenciando a sociedade civil e as atividades políticas.
Ele prometeu que seu governo “criaria urgentemente as condições constitucionais e legais” necessárias para impedir que organizações pseudocivis servissem a interesses estrangeiros na Hungria, acrescentando que emendas legais poderiam ser promulgadas até a Páscoa.
Embora mais detalhes das medidas planejadas não tenham sido divulgados, Orban enfatizou que a iniciativa visa salvaguardar os interesses nacionais e impedir que forças externas interfiram nos assuntos políticos da Hungria.
Após o discurso de Orban, Alexandra Szentkiralyi, chefe do capítulo de Budapeste do partido Fidesz, confirmou em uma publicação no Facebook que a Hungria enviará um comissário do governo aos Estados Unidos para “descobrir os agentes húngaros” que receberam financiamento da USAID. “Chega de servir a interesses estrangeiros e às redes de Bruxelas e Soros”, ela escreveu.
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