Amorim destaca o BRICS como novo motor de desenvolvimento no cenário global

Agência Senado

Em entrevista à Sputnik Brasil nesta segunda-feira, 25, o assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, descreveu o Brics como o “novo nome do desenvolvimento” no cenário global, ressaltando o papel crescente do bloco na construção de um mundo multipolar e no fortalecimento da cooperação entre nações emergentes.

Amorim, que também atuou como ex-ministro das Relações Exteriores, enfatizou a busca do Brics por prosperidade e paz.

“O Brics é um grupo de países em desenvolvimento que busca a prosperidade, mas também quer a paz. E eu acredito que a principal busca no mundo em que vivemos hoje é pela paz”, afirmou.

Ele destacou o compromisso do Brasil com a multipolaridade e a integração do Sul Global, uma postura defendida desde os primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na década de 2000.

“Nós já acreditávamos na multipolaridade antes mesmo de esses nomes terem sido elaborados e discutidos”, acrescentou.

Durante a entrevista, Amorim abordou a questão da expansão do Brics, apontando que, embora o bloco deva continuar aberto à inclusão de novos membros, é necessário manter um equilíbrio para preservar sua coesão interna.

“Acho que o Brics tem que ter uma abertura, e os países em desenvolvimento têm que se sentir representados. Mas, operacionalmente, não pode se expandir indefinidamente porque, para atuar concretamente em questões importantes, tem que manter uma certa coesão”, explicou o assessor.

O ex-chanceler também destacou o papel do Brics no fortalecimento das relações econômicas e políticas entre seus membros e outras economias estratégicas.

Segundo ele, a existência do bloco tem contribuído para equilibrar as alianças globais, além de reforçar os laços bilaterais entre os países participantes. “Isso facilita muito o comércio, que cresceu enormemente com quase todos os países”, afirmou.

Atualmente, o Brics é composto por 11 membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia, Irã e Etiópia.

Na última cúpula do grupo, realizada na Rússia, foi anunciada a criação de uma nova categoria de países parceiros, incluindo Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

Neste ano, o Brasil assumirá a presidência rotativa do Brics, e a cúpula de líderes está agendada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.

O evento será uma oportunidade para aprofundar as discussões sobre temas como cooperação econômica, segurança global e novas formas de integração entre os países emergentes.

O governo brasileiro pretende utilizar a presidência do bloco para consolidar sua posição como um dos principais articuladores da multipolaridade no cenário internacional.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.