O presidente francês Emmanuel Macron declarou na quinta-feira, 20, que a França está entrando em uma nova fase na política global e afirmou que pressionará o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a manter uma postura firme contra o presidente russo Vladimir Putin.
A declaração foi feita em um momento crítico, quando a Europa enfrenta incertezas em relação à decisão de Trump de retomar a diplomacia com Putin, com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia, sem a participação dos aliados europeus e do governo ucraniano.
Antes de sua visita a Washington, marcada para a próxima segunda-feira (24), Macron deixou claro seu objetivo de pressionar Trump a adotar uma linha mais rígida em relação à Rússia.
Durante uma interação nas redes sociais com o público francês, ele afirmou: “Você não pode ser fraco com o presidente Putin. Não é quem você é, não é sua marca registrada, não é do seu interesse”. A declaração reflete a preocupação de Macron com a postura que o presidente dos EUA possa adotar nas negociações com Moscou.
Trump se encontrará com Macron e, em seguida, com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, ambos na Casa Branca, após o anúncio de sua disposição de negociar diretamente com Putin para resolver o conflito na Ucrânia. Esse movimento causou inquietação nos líderes europeus, que veem a decisão como um possível enfraquecimento da posição internacional contra a Rússia.
A reação europeia a essa aproximação de Trump com Putin tem sido amplamente negativa. Autoridades francesas têm alertado sobre os riscos à segurança europeia, com Macron enfatizando que a Rússia representa “uma ameaça existencial para os europeus”.
O presidente francês sublinhou que a situação exige uma resposta europeia coordenada e robusta, destacando a necessidade de reforçar a segurança do continente.
Em suas declarações, Macron também mencionou o cenário de segurança no contexto das mudanças nas relações entre os EUA e a Rússia. O presidente francês ressaltou que a Europa precisará fazer escolhas difíceis em um cenário de nova dinâmica geopolítica, afirmando: “Estou convencido de que estamos entrando em uma nova era. Ela nos imporá escolhas. Nós, europeus, devemos aumentar nosso esforço de guerra.”
Embora tenha descartado o envio imediato de tropas francesas à Ucrânia, Macron indicou que a França está avaliando a possibilidade de fornecer garantias de segurança à Ucrânia, caso um acordo de cessar-fogo com a Rússia seja alcançado.
Em sua explicação, ele destacou que o envio de tropas não está nos planos imediatos, mas que o país poderia considerar o envio de forças para garantir a paz depois de uma eventual negociação.
“Não decidi enviar tropas para a Ucrânia amanhã, não”, afirmou Macron. “O que estamos considerando é enviar forças para garantir a paz uma vez que ela tenha sido negociada.”
Essas declarações vêm em um momento delicado para a política externa europeia, com a guerra na Ucrânia entrando em seu quarto ano e a Rússia mantendo uma postura agressiva no conflito.
A decisão de Trump de retomar as negociações diretas com Putin, sem a participação ativa de aliados europeus, tem gerado temores sobre o impacto a longo prazo para a segurança do continente.
Além disso, a possibilidade de um acordo entre Washington e Moscou sem a participação de Kiev tem gerado críticas dentro da Ucrânia e entre seus aliados ocidentais.
Macron, ao destacar a necessidade de aumentar os esforços de guerra na Europa, reflete uma crescente preocupação com o enfraquecimento da unidade internacional contra a Rússia e a necessidade de reforçar a defesa europeia diante da evolução das relações internacionais.
A declaração do presidente francês também sugere uma reavaliação da estratégia de segurança do continente, à medida que os EUA e a Rússia buscam um entendimento para encerrar o conflito ucraniano.
O encontro entre Macron e Trump na próxima semana será crucial para definir o tom das relações entre os dois líderes e o alinhamento das políticas europeias e norte-americanas em relação à Rússia. A situação continuará a evoluir, com a França, como líder da União Europeia, desempenhando um papel central nas negociações sobre a segurança europeia e a resolução da guerra na Ucrânia.