A Apple revelou nesta segunda-feira, 24, os planos de investir US$500 bilhões em operações nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos, incluindo um impulso significativo para suas operações de conteúdo relacionadas ao serviço de streaming.
A decisão faz parte de uma estratégia mais ampla da companhia para fortalecer sua presença no território norte-americano, com a criação de novos empregos e a expansão de suas atividades no país.
O investimento inclui a construção de uma nova fábrica no Texas, projetada para abrigar servidores dedicados a projetos de inteligência artificial. A planta ocupará uma área de 23 mil metros quadrados e deverá começar a operar até 2026.
A Apple também anunciou que a expansão de suas operações de pesquisa e desenvolvimento nos EUA gerará cerca de 20 mil novos postos de trabalho, refletindo o compromisso da empresa com o crescimento econômico local.
Este anúncio segue uma reunião recente entre o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Durante o encontro, discutiu-se o impacto das tarifas impostas pelo governo dos EUA, especialmente em relação aos produtos da Apple fabricados na China, que enfrentam uma taxa de 10% desde o início de fevereiro. Apesar disso, a Apple havia obtido isenções parciais durante o primeiro mandato de Trump.
Este investimento segue um movimento similar feito pela Apple em 2017, quando anunciou a intenção de investir US$350 bilhões nos Estados Unidos ao longo de cinco anos.
No entanto, a maior parte da fabricação dos produtos da Apple continua sendo realizada fora do território norte-americano, em fábricas de empresas terceirizadas, com destaque para a produção na China.
Embora a fabricação final ocorra principalmente fora dos Estados Unidos, a Apple mantém uma cadeia de suprimentos considerável dentro do país.
Componentes importantes para seus dispositivos, como chips, são produzidos em solo americano, com empresas como Broadcom, SkyWorks Solutions e Qorovo sendo alguns dos fornecedores.
Além disso, a Apple recentemente anunciou que começou a produção em massa de chips projetados internamente em uma fábrica localizada no Arizona, controlada pela taiwanesa TSMC, com a produção local sendo parte do esforço da empresa para reduzir sua dependência de fornecedores externos e fortalecer sua infraestrutura interna de tecnologia.
A Apple também revelou que, em parceria com a Foxconn, trabalhará na construção de uma unidade de fabricação em Houston, Texas.
A fábrica será responsável pela produção de servidores destinados ao “Apple Intelligence”, um novo conjunto de serviços baseados em inteligência artificial que, até o momento, eram fabricados fora dos Estados Unidos. A empresa detalhou que a Foxconn, principal parceira da Apple na montagem de dispositivos, será a responsável pela operação dessa nova planta.
Além disso, a Apple anunciou um aumento significativo no Fundo de Manufatura Avançada, que passará de US$5 bilhões para US$10 bilhões. Esse fundo visa apoiar iniciativas como a produção de chips avançados na fábrica da TSMC no Arizona, com o objetivo de fortalecer a cadeia de suprimentos local e fomentar a inovação tecnológica dentro dos Estados Unidos.
Embora a Apple não tenha fornecido detalhes específicos sobre os termos do acordo com a TSMC, o fundo tem sido utilizado no passado para ajudar fornecedores e parceiros a construir a infraestrutura necessária para fornecer produtos e serviços à empresa.
A Apple tem priorizado investimentos que reforçam seu papel como líder no setor de tecnologia, com uma crescente dependência de chips próprios e de inovações em inteligência artificial para seus serviços e produtos.
Com a expansão de suas instalações nos Estados Unidos e o aumento do Fundo de Manufatura Avançada, a empresa não só amplia sua presença econômica, mas também contribui para o desenvolvimento da tecnologia local, criando milhares de empregos em setores de alta tecnologia.
A decisão de investir nos Estados Unidos também se insere no contexto das tensões comerciais globais, especialmente entre os EUA e a China, o que tem levado muitas empresas a reconsiderar suas cadeias de produção e fontes de suprimento.
A Apple, embora continue a operar grandes instalações na China, busca diversificar suas operações para reduzir os riscos associados à dependência de um único mercado e fornecedor.
Com a ampliação de suas operações e a crescente produção de componentes no solo americano, a Apple reflete um movimento mais amplo na indústria de tecnologia, que tem se voltado para a reestruturação de suas cadeias de suprimentos para se adaptar às mudanças no comércio global e à evolução das demandas tecnológicas.
O desenvolvimento dessas novas fábricas e parcerias estratégicas demonstra o compromisso da Apple com o crescimento dos Estados Unidos enquanto também busca fortalecer sua posição no mercado global de inteligência artificial e tecnologia avançada.
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