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Partido A Esquerda renasce nas eleições alemãs

O partido A Esquerda (Die Linke) registrou um crescimento surpreendente nas eleições antecipadas deste domingo (23/02) na Alemanha, conquistando 8,5% dos votos e superando as expectativas. O resultado representa um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação ao pleito de 2021 e coloca a legenda entre as poucas que conseguiram ampliar sua base eleitoral. Embora […]

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A deputada federal Heidi Reichinnek, que foi o principal rosto da campanha do partido A EsquerdaFoto: Sebastian Gollnow/dpa/picture alliance

O partido A Esquerda (Die Linke) registrou um crescimento surpreendente nas eleições antecipadas deste domingo (23/02) na Alemanha, conquistando 8,5% dos votos e superando as expectativas. O resultado representa um aumento de 3,6 pontos percentuais em relação ao pleito de 2021 e coloca a legenda entre as poucas que conseguiram ampliar sua base eleitoral.

Embora tenha terminado em quinto lugar, atrás da União Democrata-Cristã (CDU), a votação foi recebida com alívio dentro do partido, que vinha enfrentando um período de declínio e instabilidade. O desempenho confirmou sua permanência no Parlamento alemão (Bundestag), afastando o risco de não superar a cláusula de barreira de 5%.

Superando uma crise interna

Fundado em 2007, A Esquerda nasceu da fusão entre ex-membros do partido comunista da Alemanha Oriental e uma ala dissidente do Partido Social-Democrata (SPD). Em 2021, obteve apenas 4,9% dos votos, escapando da exclusão do Bundestag porque conseguiu eleger três deputados por voto direto.

No entanto, a legenda enfrentou uma nova crise em 2024, quando dez deputados abandonaram o partido para fundar a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW). A ex-membro da legenda, Sahra Wagenknecht, rompeu com A Esquerda por divergências sobre imigração ilegal e políticas identitárias, buscando atrair eleitores da esquerda e da extrema direita.

Além disso, A Esquerda sofreu derrotas expressivas nas eleições estaduais do leste alemão, onde tradicionalmente tinha forte presença. Com pesquisas apontando apenas 3% das intenções de voto no final de 2024, o futuro do partido parecia incerto.

A virada na reta final

No entanto, o cenário começou a mudar no início de 2025. A convocação das eleições antecipadas pelo chanceler Olaf Scholz e a saída dos dissidentes deram ao partido a oportunidade de reorganizar suas estratégias.

Liderada por políticos mais jovens, A Esquerda encontrou nova força nas redes sociais. A deputada federal Heidi Reichinnek, de 36 anos, tornou-se um dos principais rostos da campanha. Exibindo uma tatuagem da revolucionária Rosa Luxemburgo, Reichinnek adotou um tom combativo e conquistou meio milhão de seguidores no TikTok.

Em janeiro, um de seus vídeos criticando duramente o candidato conservador Friedrich Merz viralizou na Alemanha. No mesmo mês, o partido registrou 20 mil novas filiações, alcançando 81 mil membros, com uma idade média de 28 anos, reduzindo significativamente o perfil envelhecido da legenda.

Foco na juventude e no custo de vida

A Esquerda apostou em pautas negligenciadas pelos demais partidos, priorizando temas como moradia acessível e custo de vida, que preocupam especialmente os eleitores mais jovens. Enquanto a campanha eleitoral foi dominada pelo debate sobre imigração, a legenda conseguiu atrair eleitores ao enfatizar questões econômicas e sociais.

O resultado confirma um novo fôlego para A Esquerda, garantindo sua relevância no cenário político alemão e marcando um renascimento para a legenda, que parecia fadada à irrelevância há poucos meses.

Jean-Philip Struck | 23/02/2025 | DW

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