O Monte Tai, uma das montanhas mais importantes e veneradas da China, tem atraído milhões de visitantes a cada ano, sendo um destino tradicionalmente procurado por aqueles que buscam bênçãos espirituais e iluminação.
A montanha, que se ergue a 1.532,7 metros acima do nível do mar, é famosa por seus mais de 7.000 degraus íngremes, que tornam a subida um desafio, mesmo para os caminhantes mais experientes. No entanto, uma tecnologia inovadora tem facilitado essa jornada: os exoesqueletos robóticos.
Esses dispositivos, desenvolvidos para ajudar os visitantes a superar a difícil subida sem sobrecarregar o corpo, estão se tornando populares no Monte Tai. Com um custo de aproximadamente US$ 10 por escalada, os exoesqueletos oferecem assistência física ao permitir que os usuários subam com menos esforço.
De acordo com Li Chengde, um turista de 68 anos, a experiência com o exoesqueleto foi transformadora. “Depois que o coloquei, minhas pernas não doeram mais. Parecia que alguém estava me puxando morro acima”, relatou o visitante à Agência de Notícias Xinhua.
Os exoesqueletos, que pesam apenas 1,8 kg, são projetados para serem fáceis de usar. Eles se ajustam ao corpo do usuário, sendo presos à cintura e às coxas, e utilizam inteligência artificial para fornecer assistência sincronizada durante a subida.
O dispositivo é alimentado por baterias que duram cerca de cinco horas, oferecendo suporte a cada passo, como se uma mão invisível empurrasse o usuário para frente.
A popularidade dos exoesqueletos no Monte Tai tem se expandido rapidamente, especialmente entre os visitantes mais velhos. Muitos turistas idosos que buscam aproveitar a paisagem durante a ascensão à montanha, mas não desejam utilizar o teleférico, encontraram nos exoesqueletos uma solução eficiente.
Wang Houzhe, vice-chefe do Partido do Taishan Cultural Tourism Group, que desenvolveu a tecnologia, destacou que os robôs têm permitido que turistas mais velhos vivenciem a experiência de escalar, sem a necessidade de limitar sua visão a um teleférico.
Embora o uso de exoesqueletos no Monte Tai possa ser visto como uma inovação recente, seus benefícios vão além das necessidades turísticas locais. A China, assim como muitos outros países, enfrenta o desafio de uma população que está envelhecendo rapidamente.
Estima-se que, em 2024, cerca de 22% da população chinesa tenha mais de 60 anos, um número que pode ultrapassar os 400 milhões até 2035. Nesse contexto, a demanda por tecnologias assistivas para idosos tem se intensificado.
Os exoesqueletos, alimentados por inteligência artificial, podem ajudar a reduzir o esforço físico dos idosos e aqueles com limitações de mobilidade, permitindo-lhes manter a independência e a atividade física sem o risco de quedas ou lesões. Esses dispositivos são particularmente vantajosos para indivíduos que estão se recuperando de lesões ou que sofrem de condições que afetam a força muscular.
Além do modelo usado no Monte Tai, a empresa responsável pelo desenvolvimento dos exoesqueletos também criou um modelo especialmente projetado para idosos, com peso um pouco maior — 2,4 quilos — mas que oferece mais suporte para caminhar, correr e subir escadas. Este modelo, com preço estimado em cerca de US$ 2.334 na China, é considerado acessível e pode representar um avanço significativo na mobilidade para uma parte crescente da população mundial.
No entanto, o grande desafio será a acessibilidade e a adoção desses dispositivos em larga escala, tanto na China quanto no resto do mundo. Caso esses exoesqueletos se tornem amplamente disponíveis e adotados, poderão melhorar a qualidade de vida de centenas de milhões de pessoas, proporcionando-lhes mais liberdade e segurança para se locomover e permanecer ativas.
Com os avanços contínuos na tecnologia, espera-se que os exoesqueletos se tornem uma solução mais comum e acessível, não apenas em locais turísticos como o Monte Tai, mas também em áreas urbanas e hospitais, beneficiando aqueles que necessitam de suporte para manter a mobilidade e a autonomia no dia a dia.
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