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Ex-coronel do Exército dos EUA faz duras críticas a guerra da Ucrânia

O dia 24 de fevereiro marca três anos desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tem gerado discussões intensas sobre suas causas, evolução e possíveis desfechos. A data leva a questionamentos sobre o motivo da durabilidade do conflito e sobre as negociações que, recentemente, ganharam um novo impulso com as […]

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REUTERS

O dia 24 de fevereiro marca três anos desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tem gerado discussões intensas sobre suas causas, evolução e possíveis desfechos.

A data leva a questionamentos sobre o motivo da durabilidade do conflito e sobre as negociações que, recentemente, ganharam um novo impulso com as conversas entre os Estados Unidos e a Rússia.

A seguir, insights de especialistas, incluindo o ex-tenente-coronel do Exército dos EUA, Earl Rasmussen, sobre as atuais perspectivas para o futuro da guerra.

O Diálogo entre EUA e Rússia: Um Avanço Necessário

Na última semana, representantes dos Estados Unidos e da Rússia se encontraram na Arábia Saudita, onde discutiram possibilidades de uma solução para o conflito.

Embora as diferenças entre as duas potências permaneçam significativas, Rasmussen acredita que a mera retomada do diálogo é um passo positivo.

Em entrevista ao Global Times, o especialista ressaltou a importância de restabelecer os canais diplomáticos formais, considerando que a confiança entre o Ocidente e a Rússia foi profundamente afetada nos últimos anos.

Rasmussen, que por um tempo foi cético quanto à possibilidade de uma resolução rápida, agora vê uma “luz no fim do túnel”, embora tenha enfatizado que será necessário um esforço contínuo das partes envolvidas para alcançar um acordo que seja benéfico para todos.

“Veremos onde isso vai nas próximas duas semanas”, declarou, mantendo um tom de cautela, mas também de esperança.

Impacto do Conflito na Europa e na Ucrânia

A guerra, que se arrasta por mais de três anos, tem causado severos impactos econômicos, especialmente na Europa.

Rasmussen destaca que muitos países europeus estão enfrentando recessão, e aponta que a Ucrânia, por sua vez, está lidando com uma grave escassez de mão de obra, o que limita sua capacidade de resistência, mesmo com o apoio militar do Ocidente.

Para ele, a incapacidade das forças ucranianas de igualar as capacidades logísticas da Rússia, somada ao envio de jovens sem treinamento adequado para as linhas de frente, representa um “desperdício”.

Rasmussen também observa que, enquanto a Ucrânia enfrenta dificuldades extremas, a economia russa, por outro lado, segue prosperando, contrariando algumas das expectativas iniciais sobre o impacto das sanções.

A guerra, de acordo com o especialista, é uma tragédia que nunca deveria ter ocorrido, e ele reforça a necessidade de evitar conflitos, sugerindo que a cooperação internacional poderia ter evitado essa tragédia.

Possibilidades de um Cessar-Fogo Duradouro

Quando questionado sobre quando a guerra poderia chegar ao fim, Rasmussen afirmou que o conflito só cessará se as partes envolvidas, principalmente a Ucrânia e a Europa, aceitarem as condições estabelecidas por EUA e Rússia.

Ele sublinhou que a continuidade da guerra depende, em grande parte, da disposição de Kiev e de seus aliados europeus em aderir a um acordo de cessar-fogo. Se isso não ocorrer, ele acredita que o conflito persistirá, resultando em mais mortes e destruição.

A perspectiva de um cessar-fogo duradouro, segundo Rasmussen, é complexa. Para ele, a mentalidade de Guerra Fria ainda prevalece entre os líderes ocidentais, o que impede uma compreensão mais profunda da real situação.

“Precisamos de um acordo de paz completo”, afirmou, sugerindo que a guerra não terminará de forma significativa enquanto as potências ocidentais se manterem rígidas em suas posições.

A Perspectiva dos EUA e a Mídia

Rasmussen também abordou a percepção unilateral que muitos americanos têm do conflito. Ele argumenta que a narrativa predominante nos Estados Unidos, frequentemente impulsionada pela mídia controlada pelo governo, distorce a realidade, ignorando a complexidade da situação.

Segundo ele, as ações do Ocidente, especialmente dos EUA, foram fundamentais para a escalada do conflito, e a mídia desempenhou um papel importante em manipular a opinião pública, silenciando vozes dissidentes.

“Foi o Ocidente que provocou a situação. A Rússia não queria que a guerra durasse tanto”, afirmou, criticando a intervenção ocidental logo após os primeiros sinais de possível resolução diplomática. Para Rasmussen, a falta de um debate equilibrado nos Estados Unidos é uma das razões pelas quais muitos americanos só ouvem uma versão da história, o que, em sua visão, contribui para a continuidade do conflito.

A Estratégia Geopolítica do Ocidente

Em relação à política externa dos EUA, há especulações de que o Ocidente esteja tentando semear discórdia entre a Rússia e a China. Rasmussen se opõe a essa retórica, defendendo uma abordagem mais cooperativa e multipolar para as relações internacionais.

Ele enfatiza que o mundo está se tornando cada vez mais multipolar e que os Estados Unidos deveriam aceitar e trabalhar com outras potências, como a Rússia e a China, em vez de tentar enfraquecê-las.

O especialista também questiona os planos de alguns think tanks ocidentais que sugerem maneiras de enfraquecer essas duas potências. “Se o Ocidente seguir esse caminho, vai falhar”, alertou.

Rasmussen acredita que a única maneira de promover um crescimento econômico global está em uma abordagem que favoreça a cooperação e os benefícios mútuos, ao invés da divisão e do conflito.

Conclusão

Enquanto o conflito entre a Rússia e a Ucrânia completa três anos, a situação permanece incerta e volátil. As recentes negociações entre os EUA e a Rússia oferecem uma esperança cautelosa de resolução, mas o futuro do conflito depende da disposição das partes em aceitar uma abordagem mais diplomática e menos beligerante.

A guerra, que já causou imensa destruição e sofrimento, continua a ser uma tragédia que poderia ter sido evitada, e a comunidade internacional será testada em sua capacidade de promover a paz e a cooperação no cenário geopolítico global.

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