Os Estados Unidos e a Ucrânia estão próximos de firmar um acordo sobre a exploração de materiais de terras raras, com a assinatura prevista para o próximo sábado, conforme informou o Wall Street Journal.
De acordo com a publicação, embora o acordo ainda não esteja completamente finalizado, ele pode ser assinado em breve, embora os detalhes exatos do pacto não tenham sido revelados.
Em declarações feitas na sexta-feira durante uma conversa com jornalistas no Salão Oval, o presidente dos EUA, Donald Trump, comentou sobre o possível acordo com a Ucrânia. “Acho que eles querem isso. Eles se sentem bem com isso”, afirmou Trump, dando a entender que as negociações estavam em um estágio avançado.
Por sua vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se manifestou em seu canal no Telegram, expressando expectativas positivas sobre o acordo. “Esperamos um resultado justo”, disse Zelensky.
Ele acrescentou que o acordo poderia “fortalecer nossas relações”, mas enfatizou a importância de trabalhar nos detalhes para garantir a sua eficácia. O presidente ucraniano também mostrou otimismo, afirmando estar “ansioso pelo resultado – um resultado justo.”
O histórico das negociações entre os dois países sobre este tema remonta a fevereiro deste ano. Em 12 de fevereiro, o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, entregou um rascunho de acordo durante sua visita a Kiev.
No entanto, Zelensky não assinou o documento naquele momento, nem durante a reunião com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, na Conferência de Segurança de Munique, dias depois.
Em vez disso, a delegação ucraniana apresentou uma versão revisada do acordo, que incluiu propostas de emendas. Contudo, as autoridades dos Estados Unidos decidiram não considerar as alterações sugeridas pela Ucrânia. A falta de consenso sobre esses termos levou a um aumento nas tensões entre os dois países nas últimas semanas.
O presidente Trump, em comentários recentes, fez duras críticas a Zelensky, chamando-o de “ditador” e acusando-o de obstruir o acordo sobre os materiais de terras raras. Zelensky, por sua vez, reagiu, sugerindo que Trump estava sendo alvo de “desinformação russa.”
O interesse dos Estados Unidos nos metais de terras raras da Ucrânia foi destacado no início de fevereiro, quando Trump mencionou o interesse de Washington em obter esses recursos do país europeu. Zelensky, por sua parte, indicou sua disposição para negociar e sugeriu que o resultado das discussões sobre o acordo poderia ser alcançado durante a Conferência de Segurança de Munique, que ocorreu entre os dias 14 e 16 de fevereiro.
No entanto, as discussões em Munique não levaram a um acordo. Durante o evento, as autoridades de Kiev rejeitaram uma proposta dos EUA que envolvia a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia em troca de um direito de Washington a 50% dos metais de terras raras do país.
Zelensky também destacou que a proposta dos EUA não incluía garantias de segurança, o que gerou um impasse. Em resposta, o governo ucraniano afirmou que estava trabalhando em uma contraproposta para resolver as questões pendentes.
O possível acordo sobre os materiais de terras raras surge em um momento de crescente interesse global por esses recursos, essenciais para diversas tecnologias, incluindo eletrônicos, energia renovável e armamentos.
A Ucrânia, rica em depósitos de terras raras, tem se tornado um ponto estratégico para as potências ocidentais em meio a um ambiente geopolítico cada vez mais tenso.
O desfecho dessas negociações pode ter implicações significativas para as relações entre os dois países e para o equilíbrio das cadeias de suprimento globais desses materiais essenciais.
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