O asteroide 2024 YR4 foi descoberto em 27 de dezembro de 2024, no Chile, e desde então tem sido monitorado. Inicialmente, sua trajetória indicava uma possibilidade remota de colisão com a Terra em 22 de dezembro de 2032, mas novos cálculos da Nasa reduziram significativamente esse risco para apenas 0,28%. Isso significa que há 99,72% de chance de o objeto passar sem causar danos. No entanto, a possibilidade de impacto ainda não foi completamente descartada, pois a trajetória do asteroide continua sendo refinada conforme novas observações são feitas.
Com um diâmetro estimado entre 40 e 90 metros, o 2024 YR4 é pequeno em comparação ao asteroide que extinguiu os dinossauros, mas ainda assim poderia causar impactos significativos caso colidisse com a Terra. O dano dependeria de seu tamanho exato e do local da colisão. Se explodisse na atmosfera, o efeito poderia ser semelhante ao do evento de Tunguska, em 1908, que devastou uma área de mais de 2.000 km² na Sibéria. Caso atingisse a superfície, o impacto poderia causar destruição em áreas urbanas e gerar ondas de choque, quebrando janelas e causando danos estruturais.
A trajetória do asteroide vem sendo refinada constantemente com base em novas observações, e os cientistas acreditam que, com o tempo, a chance de impacto será reduzida a zero. Isso ocorre porque, no momento da descoberta, os cálculos orbitais são aproximados, sendo refinados à medida que mais dados são coletados. Um fator importante é que, depois de abril de 2025, o asteroide ficará fora do alcance dos telescópios terrestres até 2028, quando se aproximará novamente da Terra, permitindo novas medições.
Possíveis locais de impacto e risco para o Brasil
Os estudos indicam que, caso o 2024 YR4 colidisse com a Terra, os possíveis locais de impacto incluiriam o Pacífico Ocidental, o norte da América do Sul, o Atlântico, a África, o Mar Arábico e o sul da Ásia. Com a atualização dos cálculos, a chance de impacto caiu drasticamente, tornando esses cenários cada vez mais improváveis. Além disso, uma possibilidade considerada pelos cientistas é que, em vez de colidir com a Terra, o asteroide poderia atingir a Lua, com uma chance de impacto lunar estimada em 1%.
No início dos estudos, havia uma previsão de que o impacto poderia ocorrer ao norte do Brasil, abrangendo Roraima e Amapá. No entanto, os dados mais recentes invalidaram essa estimativa. Mesmo que o asteroide estivesse em rota de colisão, o local exato do impacto dependeria da rotação da Terra no momento da aproximação, tornando qualquer previsão definitiva prematura.
Além do impacto direto, um asteroide desse porte poderia gerar consequências indiretas, como explosões atmosféricas, que poderiam ser sentidas a grandes distâncias. Se o 2024 YR4 explodisse no ar, como aconteceu em Tunguska ou Chelyabinsk, os danos seriam menos concentrados, mas ainda poderiam causar prejuízos em regiões populosas.
O que pode ser feito para evitar um impacto?
Desde a descoberta do 2024 YR4, diversas instituições científicas estão acompanhando sua trajetória e refinando cálculos sobre sua órbita. A metodologia envolve o uso de telescópios avançados e modelos computacionais para prever como a gravidade da Terra e de outros corpos celestes podem afetar seu curso. Esse monitoramento contínuo é fundamental para prever e, se necessário, tentar evitar impactos catastróficos.
Caso o asteroide apresentasse risco real de colisão, seria possível tentar desviá-lo. Uma das estratégias estudadas para isso é o impacto cinético, já testado pela missão DART da Nasa em 2022. Essa técnica consiste em lançar uma espaçonave contra o asteroide para alterar sua trajetória. No caso do 2024 YR4, essa possibilidade ainda não foi considerada necessária, já que as chances de impacto estão cada vez menores. Além do impacto cinético, outras técnicas teóricas incluem o uso de explosões nucleares ou a manipulação da órbita com tração gravitacional, mas essas estratégias ainda não foram testadas em larga escala.
Os cientistas continuam acompanhando o 2024 YR4 e outros objetos próximos à Terra, classificando-os com base em sua órbita e tamanho. O objetivo é garantir que qualquer ameaça seja identificada com antecedência suficiente para permitir uma reação eficaz. Enquanto isso, o monitoramento do asteroide continua, com novas atualizações previstas para os próximos anos.
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