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O salto quântico de poucas horas na guerra dos chips entre EUA e China

A competição pela liderança no campo da computação quântica se intensificou com os recentes anúncios de grandes avanços feitos por equipes de pesquisa da China e dos Estados Unidos, divulgados na edição desta semana da revista científica Nature. Em dois estudos distintos, ambos os grupos apresentaram conquistas que podem acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias […]

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A competição pela liderança no campo da computação quântica se intensificou com os recentes anúncios de grandes avanços feitos por equipes de pesquisa da China e dos Estados Unidos, divulgados na edição desta semana da revista científica Nature.

Em dois estudos distintos, ambos os grupos apresentaram conquistas que podem acelerar o desenvolvimento de novas tecnologias quânticas, com implicações significativas para a computação e a segurança digital.

A equipe de pesquisadores da Universidade de Pequim anunciou a criação do primeiro emaranhamento quântico em larga escala em um chip óptico. Este feito marca um passo significativo em direção ao desenvolvimento de uma rede quântica mais compacta e acessível, potencialmente revolucionando a forma como as informações são compartilhadas.

O estudo chinês demonstra o uso de luz para gerar e controlar uma rede de estados quânticos interconectados, uma técnica que permite o controle preciso de partículas quânticas em um formato miniaturizado.

Este avanço pode abrir caminho para uma internet baseada em quântica, na qual as informações são transmitidas de maneira segura e eficiente, utilizando os princípios da física quântica para proteger os dados contra interceptações.

O impacto dessa pesquisa foi destacado por um revisor do estudo, que qualificou a realização como “um marco importante para a informação quântica escalável”.

Segundo o revisor, experimentos semelhantes já haviam sido tentados em outros países, como os Estados Unidos, Europa e Japão, mas a equipe da Universidade de Pequim conseguiu alcançar um nível de sucesso considerável, colocando a China na vanguarda desse campo de pesquisa.

O uso de chips ópticos em vez de tecnologias mais tradicionais pode representar uma mudança significativa na forma como os dispositivos quânticos são projetados e implementados, dado o tamanho e a eficiência dos componentes necessários.

Simultaneamente, uma equipe da Microsoft anunciou um avanço importante no desenvolvimento de qubits topológicos, que são frequentemente descritos como o “Santo Graal” da computação quântica. A empresa revelou o novo chip Majorana 1, projetado para armazenar até um milhão de qubits. O diferencial dessa tecnologia é sua capacidade de proteger os qubits contra os erros que têm sido um obstáculo significativo no desenvolvimento de computadores quânticos em grande escala.

Os qubits, as unidades fundamentais de informação na computação quântica, são extremamente sensíveis a interferências externas, o que torna a correção de erros um desafio crucial. A nova abordagem da Microsoft promete mitigar esses problemas, tornando a computação quântica mais estável e confiável.

A Microsoft descreveu sua inovação como “um avanço na computação quântica” e destacou o potencial do chip Majorana 1 para viabilizar a utilização de milhões de qubits trabalhando em conjunto para resolver problemas complexos, como a descoberta de novos medicamentos e materiais revolucionários.

A empresa também sugeriu que esse desenvolvimento poderia permitir o uso de chips quânticos para abordar questões que até então eram consideradas insolúveis com a tecnologia convencional.

Em um comunicado publicado nas redes sociais, a Microsoft afirmou que a computação quântica poderia transformar áreas como a medicina, a química e a engenharia, ao possibilitar simulações que seriam impossíveis com os computadores tradicionais.

Esses desenvolvimentos ilustram o rápido progresso que está sendo feito na área da computação quântica e a crescente concorrência entre as potências globais.

A China, com seu trabalho pioneiro no emaranhamento quântico em chip óptico, e os Estados Unidos, com os avanços da Microsoft no uso de qubits topológicos, estão se posicionando como líderes nesse campo emergente.

O fato de ambas as nações estarem fazendo progressos significativos em paralelo pode acelerar a adoção de tecnologias quânticas em uma variedade de setores, desde a criptografia até a computação de alto desempenho.

No entanto, apesar dessas realizações, os especialistas alertam que ainda existem desafios significativos a serem superados antes que a computação quântica esteja pronta para ser implementada em larga escala.

A correção de erros, a estabilidade dos qubits e a capacidade de controlar e medir os estados quânticos continuam a ser questões técnicas difíceis, e embora os avanços recentes sejam promissores, é incerto quando esses desafios serão totalmente resolvidos.

Ainda assim, os progressos realizados pelas equipes de pesquisa da China e da Microsoft sublinham o potencial transformador da computação quântica. A criação de uma rede quântica eficiente e segura e o avanço na resistência dos qubits são marcos importantes que podem, no futuro, alterar a forma como lidamos com dados e resolvemos problemas científicos complexos. O futuro da computação quântica está, sem dúvida, mais próximo, e os próximos anos provavelmente trarão mais inovações que irão acelerar essa revolução tecnológica.

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