O resumo dos vídeos da delação de Mauro Cid

Dentre os vídeos liberados hoje pelo ministro Alexandre de Moraes, os mais importante são esses cinco em que Mauro Cid fornece detalhes de sua delação diante de Moraes e de Gonet, procurador geral da república.

Links dos vídeos da delação, com um resumo abaixo de cada um deles:

1 – Vídeo 105

https://drive.google.com/file/d/1g0AobAZl2KydVE74Cq3zl88WbYCy_zEK/view?usp=sharing

Audiência sobre colaboração premiada de Mauro Cid

O vídeo começa com cumprimentos aos presentes, incluindo o Procurador Geral da República, Paulo Denema, o Procurador da República, Joaquim Cabral, e a Dra. Bárbara Barbosa de Curto. O ministro Alexandre de Moraes enfatiza a importância da audiência, especialmente em relação ao Coronel Mauro Cid.

O ministro faz um resumo sobre a colaboração premiada de Cid, mencionando que o acordo foi assinado em 28 de agosto de 2023 e homologado posteriormente. Ele lembra uma audiência anterior no STF, onde Cid reafirmou seu interesse na colaboração de forma voluntária.

Os termos do acordo incluem pedido de perdão judicial ou pena de até dois anos, restituição de bens e valores apreendidos, extensão dos benefícios para familiares e medidas de proteção. O ministro reforça que a principal obrigação do colaborador é falar a verdade, sem omissões ou contradições.

No entanto, com novos documentos analisados, foram constatadas omissões e contradições no depoimento de Cid, levando a um parecer do Ministério Público favorável à decretação de sua prisão preventiva. A audiência busca uma última tentativa de obter informações verídicas.

A defesa, representada por Dra. Vânia Bitencourt, se diz surpresa com os novos fatos, mas garante que Cid está disposto a esclarecer tudo. O ministro reforça que a colaboração não pode ser seletiva e pede que Cid revele informações sobre Bolsonaro e generais envolvidos na tentativa de golpe.

O ministro menciona um relatório de 700 páginas da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe e pede detalhes sobre a Operação Punhal Verde Amarelo, o financiamento de acampamentos militares e os atos de 8 de janeiro. Cid afirma que irá esclarecer tudo, mencionando que foi chamado para conversas sobre o tema enquanto estava em Goiânia.

Tags: Audiência, Mauro Cid, Alexandre de Moraes, colaboração premiada.

2 – Vídeo 106

https://drive.google.com/file/d/1jhQi94Sc26zuHWRi5yEga2CiDTS7piTG/view?usp=drive_link

Senha de documento e envolvimento militar

O ministro Alexandre de Moraes questiona o Coronel Cid sobre a senha do arquivo “Copa 2022”, que a Polícia Federal não conseguiu acessar. Cid diz que não se lembra da senha e sugere que se pergunte ao responsável financeiro do PL. O ministro alerta que a recusa em fornecer a senha pode prejudicar a colaboração.

Cid afirma que o documento continha apenas pedidos de logística, sem menção a armamentos. Ele menciona que foi contactado pelo Coronel Oliveira e que o General Braganetto comentou que o financiamento da operação veio do agronegócio.

Ele também relata encontros diários de Braganetto com Bolsonaro e menciona que três grupos estavam “ouriçados” para uma ação mais contundente. Segundo Cid, Bolsonaro sabia da movimentação, mas gravou um vídeo pedindo o fim dos bloqueios devido aos impactos econômicos.

O ministro questiona o envolvimento de generais como Heleno, Paulo Sérgio e Mário. Cid descreve Mário como “raivoso” e Braganetto como seguidor de Bolsonaro. Ele também menciona que um juiz do TSE auxiliava as Forças Armadas na redação de documentos sobre urnas eletrônicas.

Por fim, Cid relata que Bolsonaro determinou que os manifestantes continuassem nos quartéis e que não acreditava que o golpe aconteceria, pois o General Freire Gomes não permitiria.

Tags: Mauro Cid, Bolsonaro, Exército, financiamento.

3 – Vídeo 107

https://drive.google.com/file/d/1gFczSHSTh-zQfk1RvhH0MdHRLjemFewT/view?usp=sharing

Reunião na casa de Braganetto e financiamento

Cid detalha uma reunião na casa do General Braganetto, onde foi discutida a necessidade de gerar caos para que Bolsonaro assinasse um decreto permitindo a intervenção militar. Cid afirma que foi retirado do ambiente quando os detalhes operacionais começaram a ser debatidos.

Dois dias após a reunião, o Coronel Oliveira solicitou dinheiro, e Cid procurou Braganetto, que indicou o PL como possível financiador. O PL, no entanto, recusou o financiamento, e Braganetto entregou o dinheiro em uma sacola de vinho.

O ministro Moraes questiona sobre mensagens trocadas sobre o “plano”, e Cid inicialmente nega conhecimento, mas depois admite que se tratava da tentativa de obter financiamento para a operação. Ele também menciona uma reunião no salão de festas do pai do Coronel Márcio Resende Júnior, onde militares discutiram o contexto político.

Cid relata que foi solicitado a informar sua localização no dia da operação, mas afirma não ter questionado os motivos. O ministro expressa incredulidade e destaca a contradição nas declarações de Cid, que participou de reuniões estratégicas, mas alega não saber detalhes do golpe.

Tags: General Braganetto, financiamento, golpe, Mauro Cid.

4 – Vídeo 108

https://drive.google.com/file/d/1CabtqrkGaYoU-Dypypc5XwEKUHtktcfq/view?usp=sharing

Monitoramento de ministros e ação militar


Cid afirma que Bolsonaro recebia informações sobre a saúde e a campanha de Lula, mas nunca sobre segurança ou deslocamento. Ele menciona que um juiz do TSE era um dos contatos do Coronel Câmara e corrige um dado anterior, afirmando que o primeiro pedido de monitoramento de Moraes foi feito pelos coronéis Oliveira e Ferreira Lima.

Ao ser questionado sobre uma operação abortada, Cid nega saber de qualquer tentativa falha de golpe. Ele também nega que tenha havido ligação entre a solicitação de monitoramento de Moraes e uma possível ação contra ele.

O ministro questiona sobre Paulo Junqueira, suposto financiador do golpe, e Cid diz que não pode confirmar. Ele também menciona uma reunião de Bolsonaro com os comandantes militares em que apenas o comandante da Marinha apoiou um golpe, enquanto os da Aeronáutica e do Exército se opuseram.

Por fim, é mencionado que a minuta do golpe foi mostrada aos comandantes, mas só o da Marinha aderiu à ideia. O ministro reforça que Bolsonaro incentivava monitoramentos devido a informações não confirmadas, que o deixavam nervoso.

Tags: Monitoramento, Bolsonaro, Forças Armadas, golpe.

5 – Vídeo 109

https://drive.google.com/file/d/1ny6FyDP9UL0RyDAwHz223T0jHANcTlCv/view?usp=sharing

Financiamento dos atos de 8 de janeiro

O ministro Moraes questiona Cid sobre mensagens relacionadas ao financiamento dos atos de 8 de janeiro, mencionando expressões como “churrasco” e “festa da Selma”. Cid inicialmente nega, mas depois explica que a expressão se referia à mobilização dos manifestantes.

Moraes menciona mensagens do tenente Portela incentivando ações que levassem à ruptura institucional. Cid afirma que Portela esperava que Bolsonaro encontrasse fraude nas urnas até o último momento. O ministro ressalta que a manutenção dos acampamentos nos quartéis foi ordenada por Bolsonaro.

O ministro questiona sobre um vídeo onde Braganetto pede aos manifestantes que tenham esperança, pois ainda poderia haver uma reviravolta. Cid confirma que tanto Bolsonaro quanto Braganetto mantinham a expectativa de um evento que justificasse a intervenção militar.

Moraes menciona que os comandantes militares autorizaram a permanência de manifestantes nos quartéis por ordem de Bolsonaro e que Braganetto foi um dos incentivadores. O ministro questiona se o governo sabia que algo ocorreria em 8 de janeiro. Cid nega, afirmando que foi uma surpresa.

O ministro menciona um laudo das Forças Armadas que não encontrou problemas nas urnas, mas que Bolsonaro pressionou para que ele fosse alterado. Cid confirma que o General Paulo Sérgio foi proibido de divulgar o laudo original.

No fim da audiência, o Procurador Geral da República decide não pedir a prisão de Cid, considerando que ele forneceu esclarecimentos relevantes. O ministro adverte que qualquer nova omissão poderá comprometer sua colaboração.

Tags: 8 de janeiro, financiamento, Bolsonaro, Exército.

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