China inaugura centro de dados subaquático que suporta 7.000 conversas com IA por segundo

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A China deu um passo significativo em direção à inovação tecnológica com a criação de um centro de dados subaquático, capaz de realizar até 7.000 conversas por segundo com o modelo de inteligência artificial (IA) DeepSeek.

A informação foi divulgada pela mídia estatal, destacando a recente adição de uma cápsula ao cluster de processamento de dados perto da ilha de Hainan, no sul do país.

De acordo com a emissora estatal CCTV, o novo centro de dados submerso foi instalado para aumentar o poder de computação do cluster existente, que já operava de maneira eficiente em termos de consumo de energia.

Com a nova cápsula, a instalação agora pode processar o equivalente a 30.000 computadores de jogos de última geração funcionando simultaneamente.

Esse aumento de capacidade permite que o cluster execute tarefas que levariam até um ano para um computador convencional concluir, realizando essas operações em apenas um segundo.

A empresa responsável pela administração do cluster, a startup Shenzhen Hicloud Data Centre Technology, afirmou que a infraestrutura será utilizada para uma variedade de aplicações, incluindo o treinamento de modelos de IA, desenvolvimento de jogos e pesquisa em ciências marinhas.

O centro de dados subaquático foi projetado para suportar operações de alta demanda e oferecer suporte a tecnologias emergentes, como a IA, com uma redução significativa nos custos de energia.

Uma das características inovadoras dessa instalação é o uso da água do mar como fonte natural de resfriamento para os servidores.

Essa solução não só melhora a eficiência computacional, mas também contribui para a economia de recursos como terra, água doce e eletricidade, áreas que tradicionalmente apresentam altos níveis de consumo em centros de dados convencionais.

A utilização da água do mar como resfriamento reduz a necessidade de sistemas de ar condicionado tradicionais, que consomem grandes quantidades de energia elétrica.

Em um momento de crescente preocupação com o consumo energético de centros de dados, a China procura alternativas para minimizar o impacto ambiental do setor.

Em 2023, a CCTV noticiou que os servidores em centros de dados, devido ao calor gerado durante os processos de computação e armazenamento, eram tradicionalmente resfriados com ar condicionado, um método que exige um alto consumo de eletricidade.

A solução de resfriamento com água do mar, implementada no novo centro subaquático, promete ser uma opção mais sustentável e eficiente.

A instalação do centro de dados subaquático ocorre em um contexto de crescente rivalidade tecnológica entre a China e os Estados Unidos, especialmente no campo da inteligência artificial.

O modelo DeepSeek, desenvolvido por uma startup chinesa, atraiu atenção global no mês passado ao demonstrar seu poder de processamento, sendo capaz de realizar tarefas complexas de IA a um custo significativamente menor do que outros modelos internacionais.

O sucesso de DeepSeek não apenas coloca a China em uma posição de destaque no mercado global de IA, mas também destaca o avanço do país no desenvolvimento de infraestrutura tecnológica avançada.

A China tem investido fortemente em inovações no setor de tecnologia e busca consolidar sua posição como líder global em inteligência artificial, computação em nuvem e outras áreas emergentes.

O novo centro de dados subaquático é um exemplo claro da estratégia chinesa de desenvolver soluções de ponta para suportar o crescimento de setores que exigem grande capacidade computacional, ao mesmo tempo em que busca mitigar os desafios relacionados ao consumo de energia e à sustentabilidade.

Com a intensificação da competição global em tecnologia, especialmente no que diz respeito à IA, o investimento da China em centros de dados inovadores como o de Hainan reflete a sua intenção de não apenas impulsionar o desenvolvimento interno, mas também desafiar as potências tecnológicas ocidentais.

O sucesso de iniciativas como essa pode ter implicações significativas no avanço da tecnologia em nível global, alterando as dinâmicas de poder e estabelecendo novos padrões para a infraestrutura de dados e a utilização de IA em diversas indústrias.

Com informações da SCMP

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