A NASA acompanha de perto o asteroide 2024 YR4, identificado como um objeto com potencial de colisão com a Terra em 22 de dezembro de 2032. Com 55 metros de diâmetro, o equivalente a um prédio de 18 andares, o asteroide tem atualmente 3,1% de chance de impacto, um aumento em relação à estimativa inicial de 1,2%. O monitoramento contínuo busca refinar os cálculos sobre sua trajetória.
O asteroide viaja pelo espaço a cerca de 48 mil km/h. Caso atinja a Terra, deve explodir na atmosfera, liberando energia estimada em 8 megatons, mais de 500 vezes a potência da bomba atômica de Hiroshima. Embora não represente risco global, o impacto em uma área urbana teria consequências severas.
Monitoramento e projeções de impacto
Em 7 de fevereiro, o telescópio Gemini do Sul, no Chile, captou imagens do 2024 YR4 quando ele estava a aproximadamente 59,5 milhões de km da Terra. As projeções indicam que seu corredor de impacto potencial abrange o Pacífico oriental, o norte da América do Sul, o Atlântico, a África, a Península Arábica e o sul da Ásia. No entanto, especialistas afirmam que ainda é cedo para avaliar medidas como evacuações.
“É um evento muito raro, mas não é uma crise”, afirmou Richard Moissl, chefe do escritório de defesa planetária da Agência Espacial Europeia (ESA). Segundo ele, mesmo que o asteroide colida com a Terra, os impactos seriam limitados a uma área específica. “No máximo, é perigoso para uma cidade”, acrescentou.
Bruce Betts, cientista-chefe da Sociedade Planetária, destacou que as chances de impacto podem aumentar temporariamente antes de serem descartadas. “Naturalmente, quando se vê as porcentagens subirem, isso assusta, mas a probabilidade provavelmente cairá para zero com mais observações”, disse.
Investigação com o Telescópio James Webb
Os cálculos atuais se baseiam em telescópios terrestres que medem a luz refletida pelo asteroide, o que pode levar a erros na estimativa de seu tamanho. Para refinar esses dados, o Telescópio Espacial James Webb (JWST) será utilizado na análise do 2024 YR4. A ESA considera essa etapa crucial para entender a gravidade das consequências em caso de impacto.
“O perigo representado por um asteroide de 40 metros é muito diferente do de um asteroide de 90 metros”, explicou a ESA em comunicado. O JWST permitirá uma medição mais precisa ao detectar o calor emitido pelo próprio objeto, eliminando distorções causadas pela atmosfera terrestre.
As primeiras observações do telescópio estão previstas para março, quando o asteroide atingirá seu pico de brilho. Em maio, ele será analisado novamente antes de se afastar do Sol. Após essa fase, a próxima oportunidade para estudos será apenas em 2028. O tempo de observação dedicado ao 2024 YR4 foi concedido dentro do “tempo discricionário do diretor”, reservado para pesquisas prioritárias.
Todos os dados obtidos serão divulgados publicamente, contribuindo para o aprimoramento das estratégias de defesa planetária.
Defesa planetária e possíveis ações
A NASA já demonstrou ser possível alterar a trajetória de um asteroide. Em 2022, a missão DART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo) conseguiu modificar o curso do asteroide Dimorphos ao colidir uma espaçonave contra ele. Outras abordagens, como o uso de lasers para alterar a superfície da rocha e criar empuxo, ou a influência gravitacional de espaçonaves, também estão sendo consideradas.
A análise do 2024 YR4 fornecerá informações importantes sobre como lidar com possíveis ameaças futuras. O monitoramento contínuo e o uso de tecnologias avançadas como o JWST são parte dos esforços para garantir a segurança da Terra contra impactos de asteroides.