PGR denuncia Bolsonaro por tentativa de golpe e pede condenação de até 38 anos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Caso seja condenado, as penas podem somar até 38 anos de prisão. A acusação também envolve outros 34 indivíduos, entre ex-ministros, militares e assessores próximos ao ex-presidente.
As investigações da Polícia Federal apontam que Bolsonaro organizou reuniões com altos oficiais das Forças Armadas, ministros e assessores para discutir estratégias que impedissem a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. O plano, no entanto, não avançou devido à recusa dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica, generais Marco Antônio Freire Gomes e Carlos de Almeida Baptista Júnior, que, em depoimentos à PF, confirmaram as tentativas golpistas.
Um dos principais indícios reunidos no inquérito é uma reunião realizada em 7 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, onde documentos golpistas foram apresentados. Testemunhas relataram que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria se colocado à disposição para apoiar a ação, enquanto outros militares se opuseram.
Além disso, a denúncia aponta que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para eliminar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O chamado “Punhal Verde Amarelo” teria sido impresso no Palácio do Planalto pelo general Mário Fernandes, que foi preso e indiciado. Documentos internos indicam que cópias do plano foram feitas e distribuídas em uma reunião estratégica.
Entre os denunciados pela PGR estão 24 militares, incluindo oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A denúncia agora será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre a aceitação da acusação e os próximos passos do processo.