O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta um crescente número de acusações relacionadas ao escândalo envolvendo a criptomoeda $Libra. Até o último domingo, 112 queixas criminais haviam sido registradas, abrangendo desde suspeitas de fraude até acusações de violação de ética e associação criminosa.
As denúncias, que envolvem tanto vítimas do golpe quanto membros da oposição política, alegam que Milei teve um papel ativo no esquema. A principal evidência apresentada pelos denunciantes é uma postagem nas redes sociais do presidente, feita apenas três minutos após o lançamento público da criptomoeda, recomendando investimentos na $Libra.
Detalhes das Denúncias
De acordo com fontes judiciais, 111 das denúncias foram registradas digitalmente em diferentes tribunais argentinos, enquanto uma foi formalizada presencialmente em uma delegacia de Buenos Aires.
O caso foi remetido ao promotor Guillermo Marijuan. A investigação será conduzida para apurar as alegações de fraude, negociações ilícitas, e envolvimento direto de Milei em atividades criminosas.
A acusação central se baseia no fato de que o presidente teria agido em benefício próprio ou de terceiros ao promover a criptomoeda. Além disso, os denunciantes destacam que existem conexões entre os desenvolvedores da $Libra e membros do grupo político de Milei, La Libertad Avanza.
A alegação de que a ação do presidente seria um “erro de entusiasmo” tem sido rejeitada pelos acusadores, que consideram as suas ações como parte de um esquema mais amplo de favorecimento.
Movimento Político e Ação Coletiva
Além das denúncias individuais, a oposição política também se mobilizou para contestar o caso. O líder da Frente Pátria Grande, Juan Grabois, anunciou que apoiará uma ação coletiva contra Milei, buscando indenizações para as vítimas do esquema.
Grabois afirmou que mais de 20 vítimas já aderiram à ação, que será movida na Argentina e nos Estados Unidos. O movimento tem como objetivo enfrentar o que Grabois considera uma série de abusos cometidos por Milei, que, segundo ele, não podem ser ignorados.
Por outro lado, o deputado Itai Hagman informou que protocolará uma denúncia criminal por negociações ilícitas no cargo público. Ele alega que Milei teria intervenido diretamente para beneficiar a si mesmo ou terceiros em relação à criptomoeda.
Impeachment e Pressão Política
A crise gerada pelo caso $Libra também ganhou proporções políticas, com o bloco parlamentar da União pela Pátria (UxP) anunciando a apresentação de um pedido de impeachment contra o presidente.
O deputado Esteban Paulon, da província de Santa Fé, confirmou que o pedido será protocolado na próxima segunda-feira, como parte de um esforço para contestar as acusações de envolvimento no escândalo.
O pedido de impeachment amplia a pressão política sobre Milei, que já enfrenta desafios significativos devido às investigações. A situação tem gerado um clima de instabilidade política no país, afetando a imagem do presidente e sua gestão.
Próximos Passos no Caso
O caso continua a se desenrolar, e nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, os tribunais argentinos realizarão um sorteio para determinar qual instância federal ficará responsável pelo processo.
Com mais de 100 denúncias em curso, o caso promete se intensificar, tanto no campo judicial quanto no político, enquanto a oposição tenta capitalizar sobre a crise e pressionar por medidas concretas contra o presidente.
Este desenvolvimento ocorre em um momento de crescente polarização política na Argentina, com a sociedade dividida sobre as alegações e o impacto do caso para a estabilidade do governo de Milei.
O desfecho da investigação e das ações judiciais terá repercussões significativas para o futuro político e jurídico do presidente, enquanto as partes envolvidas aguardam a definição dos tribunais sobre os próximos passos.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!