Mais de 100 denúncias criminais já foram registradas contra Milei pelo golpe com criptomoeda. O caso se agrava e um pedido de impeachment será apresentado
O presidente da Argentina, Javier Milei, está no centro de uma série de acusações judiciais relacionadas ao escândalo envolvendo a criptomoeda $Libra. Até este domingo, já haviam sido protocoladas 112 queixas criminais contra ele, incluindo suspeitas de fraude, práticas ilícitas durante o exercício do cargo, violação dos princípios éticos e associação criminosa.
Denúncias se acumulam
De acordo com fontes do sistema judiciário, 111 dessas denúncias foram registradas de forma digital em tribunais espalhados pelo país, enquanto uma foi formalizada presencialmente em uma delegacia na capital, Buenos Aires, conforme destacado pela Telesur. O caso foi encaminhado ao promotor Guillermo Marijuan para análise inicial.
Na segunda-feira (17), espera-se que os tribunais realizem um sorteio para determinar qual instância federal ficará responsável por conduzir as investigações sobre as mais de 100 queixas apresentadas.
Ação coletiva na Justiça
Juan Grabois, líder da Frente Pátria Grande, anunciou que apoiará uma ação coletiva na esfera cível contra Milei, buscando reparação financeira para aqueles prejudicados pelo suposto esquema fraudulento. Segundo Grabois, mais de 20 vítimas já aderiram à iniciativa, que será movida tanto na Argentina quanto nos Estados Unidos.
“O que precisamos demonstrar é que não temos medo”, afirmou Grabois. “O medo se espalha, mas a coragem também. Se não enfrentarmos essa situação, eles continuarão cometendo abusos sem fim.”
As acusações contra Milei partiram tanto de pessoas diretamente afetadas pelo golpe quanto de figuras da oposição política, que argumentam que o presidente desempenhou um papel ativo no esquema. Um ponto central das evidências apresentadas é o fato de que Milei promoveu investimentos na criptomoeda apenas três minutos após seu lançamento público, por meio de uma publicação em suas redes sociais.
Para os denunciantes, a justificativa de que Milei teria cometido apenas um “erro” por entusiasmo não convence. Eles ressaltam ainda os laços diretos entre os criadores da $Libra e membros do grupo político liderado pelo presidente, La Libertad Avanza.
Nesse contexto, o deputado Itai Hagman declarou que também apresentará uma denúncia criminal contra Milei, acusando-o de realizar negociações ilícitas durante o exercício de seu cargo, argumentando que o presidente agiu em benefício próprio ou de terceiros.
Outro nome relevante na ofensiva judicial contra Milei é o advogado Gregorio Dalbón, conhecido por representar a ex-presidente Cristina Fernández, que assinou uma das mais de 100 denúncias já registradas. Dalbón rejeitou a alegação de Milei de que desconhecia os detalhes do projeto e enfatizou que o presidente promoveu publicamente a $Libra no momento exato de seu lançamento.
Pedido de impeachment
O escândalo ganhou proporções políticas ainda maiores. O bloco parlamentar da União pela Pátria (UxP) anunciou que protocolará um pedido formal de impeachment contra Milei. O deputado Esteban Paulon, representante da província de Santa Fé, confirmou que apresentará a solicitação na próxima segunda-feira, reforçando as acusações contra o presidente no caso do suposto mega golpe envolvendo a criptomoeda $Libra.
A crise gerada pelo caso já começa a impactar a administração de Milei, aumentando significativamente a pressão política e jurídica sobre seu governo.
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