EUA e Rússia se reúnem na Arábia Saudita para discutir o futuro da guerra na Ucrânia, enquanto Kiev é excluída das negociações de paz
Nos próximos dias, autoridades dos EUA e da Rússia se reunirão na Arábia Saudita para iniciar conversas com o objetivo de encerrar a guerra de quase três anos da Rússia contra a Ucrânia, disse um legislador dos EUA e uma fonte familiarizada com o planejamento em 15 de fevereiro.
Segundo a Reuters, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que se encontrou com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, na Alemanha em 14 de fevereiro, afirmou que a Ucrânia não foi convidada para as conversas na Arábia Saudita e que Kiev não negociará com a Rússia antes de consultar seus parceiros estratégicos.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o enviado do presidente para o Oriente Médio, Steve Witkoff, viajarão para a Arábia Saudita, informou o representante dos EUA Michael McCaul à Reuters. Não estava imediatamente claro quem eles encontrariam da Rússia.
À margem da Conferência de Segurança de Munique, McCaul disse que o objetivo das conversas era organizar uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, e Zelensky “para finalmente trazer paz e encerrar este conflito”.
Uma fonte com conhecimento dos planos confirmou as conversas planejadas na Arábia Saudita entre autoridades dos EUA e russas. O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Trump, que assumiu o cargo em 20 de janeiro, prometeu repetidamente encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia. Ele fez ligações telefônicas separadas para Putin e Zelensky em 12 de fevereiro, deixando os aliados europeus de Washington alarmados com a possibilidade de serem excluídos de qualquer processo de paz.
Esses temores foram amplamente confirmados em 15 de fevereiro, quando o enviado de Trump para a Ucrânia disse que a Europa não terá assento à mesa, após Washington enviar um questionário às capitais europeias perguntando o que elas poderiam contribuir para garantias de segurança para Kiev.
Acordo de minerais
Mais cedo, em 15 de fevereiro, Rubio falou com seu homólogo russo, Sergei Lavrov. Eles concordaram em manter contatos regulares para preparar um encontro entre Putin e Trump, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Zelensky disse em 14 de fevereiro que visitará os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Turquia, mas não especificou quando. No entanto, o líder ucraniano afirmou que não tinha planos de se encontrar com autoridades dos EUA ou da Rússia durante essas viagens.
Em 15 de fevereiro, ele declarou que a Ucrânia nunca aceitará acordos de paz alcançados às suas costas ou sem a participação de Kiev. A Ucrânia afirmou repetidamente que deseja se reunir com os EUA e a Europa para elaborar uma estratégia conjunta antes de qualquer reunião entre Trump e Putin.
Moscou controla um quinto da Ucrânia e avança lentamente no leste há meses, enquanto o exército menor de Kiev luta com escassez de pessoal e tenta manter uma parte do território no oeste da Rússia.
A Rússia exigiu que Kiev ceda território e se torne permanentemente neutra em qualquer acordo de paz. Já a Ucrânia exige que a Rússia se retire das áreas capturadas e quer aderir à Otan ou obter garantias de segurança equivalentes para evitar ataques por parte de Moscou.
Os EUA e a Europa forneceram dezenas de bilhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia desde o início da guerra. Trump afirmou que apoia a Ucrânia, mas busca segurança para o financiamento dos EUA destinado a Kiev.
Os EUA e a Ucrânia estão atualmente negociando um acordo que pode abrir as vastas riquezas naturais da Ucrânia para investimentos americanos. Três fontes disseram que os EUA propuseram assumir 50% da propriedade dos minerais críticos da Ucrânia. Zelensky afirmou em 15 de fevereiro que o projeto do acordo não continha as provisões de segurança de que Kiev precisa.
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