Datafolha dá o caminho: Brasil quer segurança pública e mobilidade urbana

14.04.2023 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidente da República Popular da China, Xi Jinping. Grande Palácio do Povo - Pequim - China. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Sobre a pesquisa Datafolha e outras recentes, que mostram declínio na aprovação de Lula, quem melhor tem analisado os números é o próprio presidente Lula.

E o que ele diz? Que é preciso trabalhar mais, entregar mais e ouvir mais o povo.

Simples assim. Essa é a única resposta concreta a uma queda na pesquisa. Ficar discutindo comunicação é perda de tempo.

O governo tem entregado muito e a economia apresenta indicadores sólidos. Mas o povo quer mais. E isso é ótimo!

Entretanto, apesar de fazer uma análise realista, Lula não parece ter encontrado a solução. Não está seguindo integralmente próprio conselho.

A extrema direita, com suas pautas ridículas – como o fim do banheiro unissex, a volta do canudinho de plástico e a distribuição de armas à população –, também não tem soluções reais para os problemas do país.

Não se pode esquecer que a melhor pesquisa é a eleição popular. O povo escolheu Lula em 2022 com 60 milhões de votos e poderá reelegê-lo em 2026. Mas será necessário que o governo vá além dos programas assistencialistas e de uma neoindustrialização que ainda não oferece perspectiva de mudanças no dia a dia.

Dilma também perdeu popularidade em 2013, mas se recuperou e venceu em 2014. O próprio Lula enfrentou dificuldades em 2005 e foi reeleito em 2006.

Há um consenso crescente sobre a necessidade de um projeto sólido para a segurança pública.

Concordo.

Mas acrescento que segurança está diretamente ligada à mobilidade, pois a polícia também fica presa no congestionamento. Não é a toa que toda a violência no Rio está ligada à (falta de) acessibilidade das comunidades problemáticas.

O governo Lula precisa oferecer algo novo, uma marca própria, um legado.

E não vejo alternativa melhor do que investir em trens de alta velocidade, metrôs e VLTs.

O Brasil precisa fazer uma revolução ferroviária!

O preço dos alimentos deve se estabilizar nos próximos meses, mas a redução real dos custos só virá quando modernizarmos a matriz de transporte do país.

Toda mudança concreta, sustentável e realmente transformadora que o país precisa, inclusive a tão almejada neoindustrialização, passa pelo transporte sobre trilhos!

As duas medidas essenciais para enfraquecer a extrema direita são:

  1. Um grande projeto de segurança pública, baseado em vigilância, integração e inteligência artificial.
  2. Uma revolução ferroviária, com trens de alta velocidade conectando capitais e metrôs melhorando o trânsito nas grandes cidades.

É preciso menos obsessão com pesquisas, menos lenga lenga sobre comunicação, e mais cobrança para o governo entregar projetos estruturantes que melhorem a vida dos brasileiros!

A propósito, um programa nacional de placas solares para residências e edifícios também seria uma excelente iniciativa. E tanto os trens quanto a energia solar poderiam contar com a parceria do camarada Xi Jinping.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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