Sobre a pesquisa Datafolha e outras recentes, que mostram declínio na aprovação de Lula, quem melhor tem analisado os números é o próprio presidente Lula.
E o que ele diz? Que é preciso trabalhar mais, entregar mais e ouvir mais o povo.
Simples assim. Essa é a única resposta concreta a uma queda na pesquisa. Ficar discutindo comunicação é perda de tempo.
O governo tem entregado muito e a economia apresenta indicadores sólidos. Mas o povo quer mais. E isso é ótimo!
Entretanto, apesar de fazer uma análise realista, Lula não parece ter encontrado a solução. Não está seguindo integralmente próprio conselho.
A extrema direita, com suas pautas ridículas – como o fim do banheiro unissex, a volta do canudinho de plástico e a distribuição de armas à população –, também não tem soluções reais para os problemas do país.
Não se pode esquecer que a melhor pesquisa é a eleição popular. O povo escolheu Lula em 2022 com 60 milhões de votos e poderá reelegê-lo em 2026. Mas será necessário que o governo vá além dos programas assistencialistas e de uma neoindustrialização que ainda não oferece perspectiva de mudanças no dia a dia.
Dilma também perdeu popularidade em 2013, mas se recuperou e venceu em 2014. O próprio Lula enfrentou dificuldades em 2005 e foi reeleito em 2006.
Há um consenso crescente sobre a necessidade de um projeto sólido para a segurança pública.
Concordo.
Mas acrescento que segurança está diretamente ligada à mobilidade, pois a polícia também fica presa no congestionamento. Não é a toa que toda a violência no Rio está ligada à (falta de) acessibilidade das comunidades problemáticas.
O governo Lula precisa oferecer algo novo, uma marca própria, um legado.
E não vejo alternativa melhor do que investir em trens de alta velocidade, metrôs e VLTs.
O Brasil precisa fazer uma revolução ferroviária!
O preço dos alimentos deve se estabilizar nos próximos meses, mas a redução real dos custos só virá quando modernizarmos a matriz de transporte do país.
Toda mudança concreta, sustentável e realmente transformadora que o país precisa, inclusive a tão almejada neoindustrialização, passa pelo transporte sobre trilhos!
As duas medidas essenciais para enfraquecer a extrema direita são:
- Um grande projeto de segurança pública, baseado em vigilância, integração e inteligência artificial.
- Uma revolução ferroviária, com trens de alta velocidade conectando capitais e metrôs melhorando o trânsito nas grandes cidades.
É preciso menos obsessão com pesquisas, menos lenga lenga sobre comunicação, e mais cobrança para o governo entregar projetos estruturantes que melhorem a vida dos brasileiros!
A propósito, um programa nacional de placas solares para residências e edifícios também seria uma excelente iniciativa. E tanto os trens quanto a energia solar poderiam contar com a parceria do camarada Xi Jinping.