A Força Aérea do Exército de Libertação Popular da China (PLAAF) tem explorado novas configurações de armamento para o caça furtivo J-20, conforme evidenciado por imagens recentes que mostram a aeronave transportando mísseis ar-ar PL-15 externamente, em um formato conhecido como “modo besta”.
Essa configuração aumenta significativamente o poder de fogo, mas compromete a furtividade, uma das principais características do J-20.
As imagens surgiram após registros semelhantes de caças F-35 dos EUA e Su-57 da Rússia, também vistos com mísseis montados externamente.
Um vídeo divulgado recentemente em redes sociais mostra um J-20 transportando oito mísseis PL-15, com quatro pilones sob as asas, além de armamentos internos.
Observadores como Rupprecht Dieno e Hurin apontaram que esta não é a primeira vez que o J-20 aparece nessa configuração, com relatos anteriores datados de dezembro de 2024.
O J-20, equipado com três compartimentos internos de armas, já transportava quatro mísseis PL-15 e dois PL-10 de curto alcance.
Recentes desenvolvimentos incluem a exploração de formas para ampliar a capacidade de transporte de armamento interno e o desenvolvimento de mísseis de longo alcance. Durante o Zhuhai Air Show, em novembro de 2024, foi apresentado o PL-15E, uma versão compacta e dobrável do PL-15, permitindo o transporte de seis unidades no compartimento principal.
A configuração “modo besta”, embora reduza a furtividade, permite ao J-20 carregar até 3-4 vezes mais mísseis de longo alcance, tornando-se estratégico para a PLAAF diante de possíveis conflitos na região do Indo-Pacífico. Analistas sugerem o uso combinado de J-20 furtivos e em modo besta em operações, com caças furtivos liderando e os fortemente armados seguindo.
A prática de armar caças furtivos externamente não é exclusiva da China. O F-35 dos EUA também adota essa estratégia, embora o J-20 possua maior capacidade de carga útil. Segundo o especialista Kris Osborn, o J-20 pode transportar até 27.998 libras de munição, contra 18.000 libras do F-35.
A tensão crescente no Mar da China Meridional e no Estreito de Taiwan impulsiona o aumento do poder de fogo das forças aéreas da região.
O uso do PL-15 externamente sinaliza uma expansão da frota de mísseis de longo alcance da China, que também desenvolve o PL-17 e o PL-21, ambos com alcances estimados entre 300 e 400 quilômetros, superando o AIM-120D dos EUA.
A doutrina militar chinesa prioriza o uso do poder aéreo para defesa marítima, especialmente no Mar da China Meridional. Embora ainda em desenvolvimento, a configuração do J-20 em modo besta reflete a estratégia da China de fortalecer sua capacidade aérea frente a potenciais confrontos.