O senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, afirmou que a possibilidade de redução de penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 pode ser debatida, mas descartou qualquer anistia.
“Anistiar é estimular outra vez”, declarou Wagner em entrevista ao Estadão na terça-feira (11). O senador ressaltou que há evidências de um planejamento organizado por financiadores e articuladores políticos. Segundo ele, as punições devem ser rigorosas para os responsáveis diretos, enquanto outros réus podem ter penas ajustadas.
Wagner também comentou iniciativas políticas para proteger aliados.
“Eles provavelmente querem salvar os financiadores e o próprio Bolsonaro, que estimulou (um golpe). Esse tipo de crime é um dos mais graves que tem, porque prega um regime autoritário e questiona uma eleição”.
O senador avalia que a proposta de anistia não deve avançar no Congresso, pois, segundo ele, não há um “fim de ciclo” que justifique a medida.
Além do tema das punições, o parlamentar defendeu mudanças na Lei da Ficha Limpa, principalmente no prazo de inelegibilidade, mas destacou que eventuais alterações não devem beneficiar Jair Bolsonaro em 2026. “Acho que qualquer coisa para alterar que impacte na eleição não pode valer para essa”, afirmou.
Sobre as eleições presidenciais, Wagner minimizou o impacto de Bolsonaro na disputa. “Ele pode estar vitimizado na cabeça dos fanáticos, mas o nome que ele abençoar eles vão apoiar”.
Segundo o senador, o ex-presidente tem capacidade de transferir votos, mas isso não significa que a eleição será mais fácil para um candidato apoiado por ele. Para Wagner, a economia será o fator determinante na corrida presidencial.