Casa Branca encerra debate sobre entrada da Ucrânia na OTAN.
Em uma declaração que redefine o posicionamento estratégico dos Estados Unidos em relação ao conflito na Ucrânia, o Secretário de Defesa Pete Hegseth afirmou que a adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não é uma possibilidade realista no contexto de um acordo negociado. A fala, endossada pela Casa Branca, sinaliza uma mudança significativa na abordagem ocidental para garantir a segurança ucraniana sem envolver diretamente a aliança militar.
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Fim da esperança ucraniana na OTAN
Hegseth deixou claro que os Estados Unidos não veem a membresia da Ucrânia na OTAN como parte de uma solução diplomática. “Não acreditamos que a adesão da Ucrânia à OTAN seja um resultado realista de um acordo negociado”, afirmou. A declaração encerra, pelo menos no curto prazo, anos de aspirações ucranianas de integrar a aliança, vista como uma garantia contra futuras agressões russas.
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Segurança alternativa: tropas europeias e não-OTAN
Como alternativa, Hegseth propôs um modelo de segurança baseado em tropas europeias e não europeias, mas sob condições específicas:
– Qualquer missão de paz no território ucraniano não seria vinculada à OTAN.
– As forças enviadas não estariam protegidas pelo Artigo 5 – cláusula de defesa coletiva da aliança –, limitando o risco de escalada global.
– A presença internacional exigiria supervisão robusta sobre a linha de contato, possivelmente incluindo observadores de organismos multilaterais.
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EUA excluem envio de tropas
Em um ponto categórico, Hegseth reforçou: “Como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas dos EUA implantadas na Ucrânia”. A postura reflete o desejo da administração norte-americana de evitar um confronto direto com a Rússia, mesmo enquanto apoia Kiev com recursos militares e financeiros.
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Implicações e reações
A decisão deve gerar debates acalorados:
– Ucrânia: A exclusão da OTAN pode ser vista como uma concessão à Rússia, que sempre se opôs à expansão da aliança.
– Europa: Países como Polônia e os Bálticos, favoráveis a uma postura mais dura contra Moscou, podem pressionar por maior protagonismo na segurança regional.
– Rússia: O Kremlin provavelmente interpretará a medida como uma vitória, mas críticos alertam que a falta de garantias claras pode prolongar a instabilidade.
Enquanto os detalhes do plano ainda são discutidos, uma coisa é certa: o caminho para a paz na Ucrânia passa agora por uma arquitetura de segurança inovadora, porém frágil, dependente de cooperação internacional sem o guarda-chuva da OTAN.
Transcrição da fala do Secretário de Defesa Pete Hegseth:
“Os Estados Unidos não acreditam que a adesão da Ucrânia à NATO seja um resultado realista de um acordo negociado. Em vez disso, qualquer garantia de segurança deve ser apoiada por tropas europeias e não europeias capazes.
Se essas tropas forem enviadas como forças de paz para a Ucrânia em algum momento, elas devem ser implantadas como parte de uma missão não pertencente à NATO e não devem ser cobertas pelo Artigo 5.
Além disso, deve haver uma supervisão internacional robusta da linha de contato. Para ser claro, como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas dos EUA implantadas na Ucrânia.”