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Pesquisa aponta rejeição de brasileiros ao fim de checagem de fatos nas redes da Meta

A maioria dos brasileiros discorda da decisão da Meta de substituir seu programa de checagem independente de fatos pelo recurso de “Notas de Comunidade”. De acordo com pesquisa conduzida pela Broadminded, divisão da Sherlock Communications, 41% dos brasileiros reprovam a mudança, índice superior ao registrado em outros países da América Latina, como Argentina (28%), México […]

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A maioria dos brasileiros discorda da decisão da Meta de substituir seu programa de checagem independente de fatos pelo recurso de “Notas de Comunidade”.

De acordo com pesquisa conduzida pela Broadminded, divisão da Sherlock Communications, 41% dos brasileiros reprovam a mudança, índice superior ao registrado em outros países da América Latina, como Argentina (28%), México (31%), Colômbia (35%), Chile (30%) e Peru (26%). As informações são do jornal O Globo.

A decisão da Meta, anunciada no início deste ano, inicialmente se aplica apenas aos Estados Unidos. No entanto, o impacto da medida preocupa usuários brasileiros, que figuram entre os maiores consumidores das redes sociais da empresa. A Meta também flexibilizou as regras contra discurso de ódio e reduziu o alcance de filtros automáticos que removem conteúdo considerado inadequado.

Desinformação e discurso de ódio

A pesquisa revelou que 54% dos brasileiros já se depararam com notícias falsas em plataformas da Meta. Além disso, 43% relataram ter encontrado discursos de ódio, incluindo ofensas relacionadas a raça e gênero, o maior percentual entre os países analisados.

Ainda segundo o estudo, 29% dos entrevistados afirmaram ter acreditado em fake news antes de descobrir que as informações eram falsas. Outros 17% disseram não ter certeza se já foram expostos a conteúdos desinformativos.

O levantamento foi realizado durante o mesmo período em que o governo brasileiro enfrentava a chamada “crise do Pix”, que envolveu a disseminação de informações falsas sobre alterações na fiscalização de transações financeiras. Embora o estudo não tenha abordado diretamente esse episódio, especialistas ressaltam que situações desse tipo reforçam a necessidade de moderação de conteúdo por parte das plataformas.

Responsabilidade da Meta

A pesquisa aponta que 87% dos brasileiros consideram que a Meta tem a responsabilidade de remover conteúdos nocivos, desativar contas e colaborar com autoridades em situações que envolvam riscos reais. Em contrapartida, 8% dos entrevistados discordam dessa obrigação, enquanto 6% afirmam não ter uma opinião definida.

O Brasil lidera o uso diário das redes sociais da Meta, incluindo Instagram, WhatsApp e Threads. Contudo, a possibilidade de encerramento da checagem de fatos pode impactar a relação dos usuários com essas plataformas.

Cerca de 38% dos entrevistados afirmaram que poderiam abandonar as redes da empresa caso a medida seja implementada no país. Outros 43% disseram que continuariam utilizando os serviços da Meta, mesmo com as mudanças.

Patrick O’Neill, fundador da Sherlock Communications e responsável pela pesquisa, destacou que o alto nível de engajamento dos brasileiros nas plataformas da Meta pode gerar impactos negativos para a empresa, caso as preocupações dos usuários sejam ignoradas.

Divisão sobre regulação do conteúdo

O estudo identificou uma divisão entre os brasileiros sobre a regulação de conteúdos online. Para 19% dos entrevistados, o ato de disseminar fake news é um “direito democrático”.

Por outro lado, 41% acreditam que a Meta, enquanto empresa privada, tem autonomia para decidir como gerenciar informações falsas em suas plataformas.

Diante de conteúdos duvidosos, muitos usuários recorrem a estratégias próprias de verificação. Segundo a pesquisa, 57% realizam buscas na internet, 53% consultam a imprensa, 33% checam outras redes sociais e 9% utilizam ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, para confirmar a veracidade das informações.

Apesar desses esforços, a pesquisa revelou que há insatisfação em relação às respostas das plataformas da Meta. Entre os usuários que já denunciaram conteúdos, 31% afirmaram não ter recebido retorno ou ficaram insatisfeitos com o suporte oferecido. Apenas 22% disseram que ficaram satisfeitos com a resposta recebida da empresa.

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