O presidente da Argentina, Javier Milei, queridinho da Faria Lima e de Elon Musk, terá que fazer muita palhaçada, proferir muita abobrinha, dançar muito festinhas de Trump em Mar-a-Lago, para distrair os argentinos e o mundo da verdadeira hecatombe econômica que se materializa no país.
Enquanto seu governo maquia os números fiscais com cortes drásticos e inconsequentes nas despesas, destruindo a pesquisa científica nacional, a educação e a infra-estrutura, a atividade econômica argentina está literalmente derretendo.
A construção civil argentina registrou uma queda brutal de 27% no acumulado dos últimos 12 meses, a maior queda para o mês da história do país. Os dados são do Indec, o instituto oficial de estatística do governo federal argentino.
O estoque de empregos gerados pela construção civil também caiu dramaticamente nos últimos meses, saindo de quase 470 mil argentinos trabalhando no setor no início de 2023, para menos de 390 mil em dezembro último.
Lembrando que o mesmo Indec também divulgou, há pouco, os números da indústria argentina, que mostram igualmente uma queda dramática de 9,4% em 2024.
Os relatórios do Indec para a atividade industrial e para o setor de construção também trazem pesquisas com empresários do setor, para identificar as expectativas para os próximos meses.
Dentre os industriais argentinos entrevistados pelo Indec, uma maioria de mais de 70% acha que a situação não mudará (40%) ou ficará pior (33%), em relação à demanda interna.
No setor de construção civil, o pessimismo também é grande. Uma maioria esmagadora de 77% acha que a situação do setor, que assistiu a uma queda dramática em 2024, continuará na mesma em 2025 (63%) ou piororá (14%).
A propósito, o PIB argentino, segundo o Indec, deve cair mais de 2% este ano. O PIB argentino apenas não cairá mais por causa do aumento das exportações, extremamente concentrado em petróleo, carne e soja, cuja receita fica em poucas mãos. A Formação Bruta de Capital Fixo, ou seja, o nível de investimento, deve cair 17% em 2024, segundo o governo.
Enquanto isso, no Brasil…
Enquanto isso, a produção industrial brasileira segue no caminho oposto. Segundo o IBGE divulgou há pouco, a indústria brasileira cresceu 3,1% em 2024.
A indústria de bens de capital cresceu 9%, e a de bens de consumo duráveis, que agrega os produtos mais complexos, registrou forte crescimento de 11% no ano passado.
O emprego industrial, por sua vez, também tem avançado, segundo o IBGE.
A taxa de desemprego no Brasil, a propósito, fechou dezembro em 6,2%, o menor nível da história.