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China amplia produção de chips e ameaça hegemonia de Taiwan

O domínio de Taiwan como principal fornecedor de semicondutores enfrenta novos desafios diante da expansão agressiva da indústria de chips da China. Segundo especialistas, o apoio estatal chinês e políticas de preços baixos estão pressionando o mercado taiwanês, especialmente no segmento de chips de nós maduros, utilizados em produtos como smartphones e veículos. Taiwan, que […]

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O domínio de Taiwan como principal fornecedor de semicondutores enfrenta novos desafios diante da expansão agressiva da indústria de chips da China. Segundo especialistas, o apoio estatal chinês e políticas de preços baixos estão pressionando o mercado taiwanês, especialmente no segmento de chips de nós maduros, utilizados em produtos como smartphones e veículos.

Taiwan, que há décadas lidera a fabricação global de chips, está sendo superada pela rápida evolução das fundições chinesas. Empresas como Hua Hong, SMIC e Nexchip têm intensificado a produção e reduzido os preços graças a incentivos governamentais.

De acordo com a TrendForce, até 2024 a China deverá deter 34% da capacidade global de fabricação de chips de nós maduros, enquanto Taiwan mantém 43%. A projeção é que, até 2027, a China ultrapasse Taiwan nesse segmento.

A Powerchip Technology, uma das principais fabricantes taiwanesas, experimentou essa competição de forma direta. Em 2015, a empresa estabeleceu uma joint venture com a cidade de Hefei, na China, para criar a Nexchip.

O projeto, porém, resultou em uma rivalidade que agora ameaça o mercado de chips taiwanês. “Fundições de nós maduros como a nossa devem se transformar; caso contrário, os cortes de preços chineses nos atrapalharão ainda mais”, afirmou Frank Huang, presidente da Powerchip.

Estratégias de adaptação em Taiwan

Diante desse cenário, empresas taiwanesas estão implementando estratégias para manter a competitividade. A Powerchip está investindo na tecnologia de empilhamento 3D, que integra chips lógicos e de memória DRAM, visando melhorar o desempenho computacional e a eficiência energética.

Huang informou que a empresa planeja reduzir sua participação na produção de chips de driver de vídeo e sensores, amplamente usados no mercado chinês, para concentrar-se no desenvolvimento de novas tecnologias.

A UMC, outra grande fundição taiwanesa, firmou uma parceria com a Intel para diversificar suas operações, indo além da fabricação convencional de chips. Por outro lado, a Vanguard International mantém suas estratégias sob sigilo, mas especialistas indicam que também enfrenta pressões similares.

Expansão do mercado chinês

As restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos à tecnologia avançada de semicondutores têm direcionado as empresas chinesas a focarem na produção de chips de nós maduros, fabricados com processos de 28 nanômetros ou superiores. Esse segmento, menos dependente de tecnologia de ponta, tem permitido à China competir com preços mais baixos, beneficiando-se do amplo apoio financeiro estatal.

As fundições chinesas também estão se tornando mais atrativas para clientes locais, que buscam reduzir custos e se beneficiar de incentivos fiscais. Segundo especialistas, essa tendência tem provocado tensões em Taiwan, onde fabricantes de chips estão sendo pressionados a mover parte da produção para a China para manter contratos com clientes.

Implicações geopolíticas e comerciais

A guerra comercial entre Estados Unidos e China também influencia as decisões das empresas do setor. Algumas companhias ocidentais têm evitado utilizar chips fabricados na China, preferindo fornecedores taiwaneses. Um executivo de uma empresa de design de chips sediada em Taiwan, que preferiu não ser identificado, afirmou que a partir de 2023 começou a receber mais pedidos de clientes estrangeiros solicitando produção fora da China.

Entretanto, a situação pode ser afetada por possíveis mudanças na política comercial dos Estados Unidos. Donald Trump, ex-presidente dos EUA, mencionou a intenção de aumentar as tarifas sobre semicondutores produzidos fora do país em até 100%. Caso implementada, essa medida pode prejudicar os esforços de Taiwan para atrair novos negócios internacionais.

Perspectivas para o futuro

A indústria taiwanesa de semicondutores encontra-se em um momento decisivo. Especialistas sugerem que, para manter sua relevância, as empresas locais precisarão intensificar a inovação tecnológica e fortalecer parcerias internacionais. A pressão do mercado chinês, impulsionada por políticas agressivas e investimentos estatais, deve continuar moldando o setor nos próximos anos.

Por outro lado, a continuidade das restrições tecnológicas impostas à China e o aumento da demanda por soluções fora do território chinês podem representar oportunidades para as fundições taiwanesas. A capacidade de adaptação às mudanças nas cadeias globais de suprimentos será fundamental para definir o futuro da liderança de Taiwan no mercado de semicondutores.

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