Pequim pode colocar duas de suas principais montadoras estatais sob um único grupo holding, após as principais subsidiárias listadas dessas empresas sugerirem uma possível fusão de suas controladoras.
A medida busca combater o excesso de capacidade e elevar a competitividade no mercado de veículos elétricos (VE).
A Dongfeng Motor Group, listada em Hong Kong, e a Chongqing Changan Automobile, listada em Shenzhen, comunicaram no domingo que seus acionistas controladores estudam acordos de ativos que podem alterar a estrutura de propriedade das empresas. Nenhum detalhe adicional foi divulgado.
As ações do Dongfeng Motor subiram 26%, atingindo HK$ 4,06 na segunda-feira, enquanto as da Changan Automobile tiveram alta de 4,7%, chegando a 14,18 yuans.
“Os comunicados das duas empresas indicam uma possível fusão entre as matrizes estatais, embora não haja uma confirmação clara”, afirmou Ivan Li, gestor de fundos da Loyal Wealth Management, em Xangai.
“O governo chinês tem razões para incentivar a consolidação no setor automotivo, uma vez que a concorrência intensa tem dificultado a sustentabilidade da maioria das empresas do setor.”
Caso uma nova entidade seja criada para controlar a Dongfeng Motor e a Changan Automobile, ela se tornaria a maior montadora da China em volume de vendas, ultrapassando a BYD, sediada em Shenzhen, que atualmente é a maior fabricante de veículos elétricos do mundo.
Em 2024, as duas empresas produziram 5,16 milhões de carros, sendo 2,48 milhões da Dongfeng e 2,68 milhões da Changan. No mesmo período, a BYD comercializou 4,27 milhões de veículos elétricos.
O banco Morgan Stanley avaliou, em nota de pesquisa divulgada na segunda-feira, que a reestruturação, se concretizada, representará um grande avanço para a consolidação do setor automotivo chinês.
Segundo o banco, a fusão permitiria o redirecionamento de recursos para marcas com produtos e tecnologias mais competitivos, o que traria benefícios a longo prazo para a indústria no país.