Haddad prevê queda nos preços de alimentos com desvalorização do dólar e safra recorde

Brasília (DF), 17/09/2024 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante solenidade de assinatura de convênio entre o Sebrae e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), no Palácio do Planalto. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira, 7, que os preços dos alimentos devem cair nas próximas semanas, impulsionados pela desvalorização do dólar e por uma safra agrícola recorde prevista para este ano. A afirmação foi feita durante entrevista à Rádio Cidade, em Caruaru (PE).

Haddad ressaltou que, apesar dos recentes aumentos, os preços de produtos alimentícios permanecem abaixo dos níveis registrados no fim do governo Bolsonaro. Segundo o ministro, a valorização do dólar no final de 2023 contribuiu para o aumento da inflação, mas essa tendência está em processo de reversão.

“No final do ano passado, tivemos uma ocorrência que foi a eleição do Trump nos Estados Unidos, e isso fez com que o dólar se valorizasse no mundo inteiro. As moedas perderam valor. Agora, se você acompanhar o que está acontecendo, o dólar está perdendo força. Já chegou a R$ 6,30 no ano passado e hoje está na casa dos R$ 5,70 e poucos. Isso também colabora para a redução do preço dos alimentos no médio prazo”, explicou o ministro.

O impacto dessa variação cambial sobre os preços internos ocorre porque produtos exportados são precificados em dólar.

Haddad esclareceu que, com o dólar mais valorizado, produtores nacionais acabam recebendo mais em moeda local, o que pressiona o mercado interno. A desvalorização atual da moeda norte-americana, por sua vez, tende a reduzir essa pressão.

“A política que estamos adotando para trazer esse dólar para um patamar mais adequado também vai ter reflexo nos preços nas próximas semanas”, acrescentou.

O ministro também comentou sobre o impacto do Plano Safra, implementado no ano passado pelo governo Lula, na estabilização dos preços. Segundo ele, a safra agrícola deste ano será a maior já registrada no país.

“O Plano Safra do presidente Lula no ano passado foi o maior da história, e vamos colher a safra agora, a partir de março. A safra vai ser recorde, vamos colher como nunca colhemos. Tem o ciclo do boi também, que está no final. Isso tudo vai ajudar a normalizar essa situação”, afirmou Haddad.

Outro ponto abordado pelo ministro foi a adoção de medidas pelo governo para ampliar o poder de compra da população e conter a inflação.

Ele destacou que fatores climáticos, como a seca e as inundações no Rio Grande do Sul, além da valorização cambial, foram os principais responsáveis pelos reajustes nos preços.

Ainda assim, Haddad reiterou que os valores continuam abaixo dos patamares encontrados pelo atual governo ao assumir o comando do país.

“Você tem que levar em consideração a situação em que o presidente Lula assumiu. Todos os preços hoje, mesmo tendo sido elevados no último período em função desses fatores – seca, inundação no Rio Grande do Sul, dólar, eleição do Trump e tudo mais – ainda estão abaixo do que o presidente Lula herdou do governo Bolsonaro”, disse o ministro.

Haddad mencionou ainda uma série de medidas adotadas para aliviar o custo de vida no país. Entre elas estão o reajuste do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e a política de redução do dólar.

“Vamos continuar tomando as medidas de aumentar o salário mínimo, corrigir a tabela do Imposto de Renda, melhorar o poder de compra do salário, baixar o dólar e melhorar a safra para combater os preços altos”, concluiu.

As declarações do ministro acontecem em um momento em que a economia brasileira enfrenta desafios relacionados ao controle inflacionário e à recuperação do poder de compra da população. A expectativa é que a combinação de políticas econômicas internas e condições favoráveis no setor agrícola ajude a estabilizar os preços no médio prazo.

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