A Petrobras firmou um acordo de fornecimento de petróleo com a Índia, que ocupa a posição de terceiro maior importador mundial do produto, conforme reportado pelo jornal O Globo.
O contrato prevê o envio de 24 milhões de barris de petróleo para uma das estatais indianas, reforçando a estratégia da companhia de diversificar sua base de clientes no mercado internacional.
O acordo é um reflexo da intensificação das relações entre Brasil e Índia no setor de energia e mineração, tema de uma declaração conjunta assinada pelos dois países em setembro do ano passado.
De acordo com Claudio Romeo Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, a empresa tem buscado expandir sua presença fora da China, principal destino das exportações brasileiras de petróleo.
Em entrevista durante o Fórum Brasil de Energia, Schlosser destacou que a Petrobras assinou também um contrato com a segunda maior refinaria da Índia, o que pode ampliar ainda mais as trocas comerciais entre as duas nações.
“Estamos ampliando nossa base de clientes na área internacional. Era muito concentrada na China. Estamos assinando contrato com a estatal indiana para o fornecimento de 24 milhões de barris de petróleo”, afirmou o diretor.
Esse movimento ocorre em um momento em que a Petrobras busca melhorar sua competitividade no mercado global.
A companhia pretende obter as melhores ofertas para seus produtos e garantir que sua produção seja monetizada da forma mais eficiente possível. Segundo Schlosser, o objetivo da empresa é encontrar as alternativas que melhorem o preço de venda do petróleo brasileiro.
“A cesta e os petroleiros brasileiros têm que ser monetizados da melhor maneira. E, com isso, a competitividade pelo preço melhora”, declarou.
Na última segunda-feira, a Petrobras divulgou dados sobre a redução na produção de petróleo prevista para 2024, além de um decréscimo de 1% nas exportações totais da companhia, que devem totalizar 798 mil barris diários.
A China continua sendo o maior destino das exportações brasileiras, com 30% do volume total, seguida pela Europa, com 38%, e pela Ásia, que responde por 17%. Esse cenário reforça a estratégia da Petrobras de diversificar suas exportações, já que, historicamente, a maior parte do petróleo produzido pela empresa era direcionada para a China.
Em relação ao mercado interno, Schlosser também comentou sobre o impacto das oscilações nos preços internacionais do petróleo no Brasil.
A volatilidade do mercado, influenciada por diversos fatores geopolíticos, tem gerado flutuações no preço dos combustíveis, especialmente a gasolina. O diretor garantiu que a Petrobras segue monitorando o cenário global e mantendo vigilância sobre a política de preços. “Estamos acompanhando o mercado.
A gente continua monitorando com a visão de não transferir a volatilidade”, disse, destacando que a empresa poderá ajustar os preços conforme necessário, levando em consideração as condições do mercado internacional.
O novo acordo com a Índia, além de refletir a estratégia da Petrobras de ampliar sua base de clientes e melhorar suas condições de negociação, também reflete a crescente importância do mercado indiano para a empresa.
Com o crescimento da economia indiana e o aumento da demanda por petróleo, o país tem se tornado um parceiro estratégico para a Petrobras, que busca diversificar suas exportações e reduzir a dependência de um único mercado.
Este movimento também se insere em uma tendência global de reconfiguração dos mercados de petróleo, com novos blocos de consumo surgindo e o mercado asiático ganhando cada vez mais relevância. A Petrobras, com seu portfólio de produção e sua capacidade de fornecimento, busca se posicionar como um player competitivo neste novo cenário internacional.