Ao deixar a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco fala sobre o desejo de governar Minas Gerais e as divergências com Arthur Lira, em um cenário político marcado por desafios e mudanças
No último dia à frente da presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) declarou neste sábado (1º), em entrevista coletiva, que considera concorrer ao governo de Minas Gerais e mencionou diferenças políticas com Arthur Lira (PP-AL).
Segundo o Uol, Pacheco afirmou ter “o desejo” de disputar o governo estadual. “Quem diz que está na política e que não tem o sonho de governar o seu próprio estado, não está falando a verdade. É óbvio que isso é um desejo, isso é um sonho de qualquer um governar o seu estado. É um sonho que eu sempre tive de ser governador do meu estado”, destacou.
O agora ex-presidente do Senado também agradeceu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que manifestou apoio à sua possível candidatura ao governo mineiro. “Fico muito honrado de um presidente da República, como o presidente Lula, que é um grande político, um ser humano extraordinário, poder ter esse desejo e essa vontade, mais do que isso.”
Sobre as divergências políticas, Pacheco comentou sobre os desentendimentos com a Câmara dos Deputados, citando especificamente Arthur Lira. “É natural numa democracia que os poderes divirjam a entendimentos diferentes sobre temas variados. É normal que aconteça o que não se escambar para agressividade, para interrupção do diálogo. Isso nunca houve. Tenho plena confiança que, numa relação harmônica que temos hoje entre os três poderes, o Judiciário, o Executivo e o Legislativo, tenhamos a capacidade de encontrar a solução para problemas.”
Antes disso, durante os agradecimentos iniciais, ele também reconheceu Lira: “Quero agradecer a nossa Casa, na pessoa do seu presidente, deputado federal Arthur Lira, a despeito de divergências que são absolutamente normais na democracia, o trato sempre foi muito respeitoso e cordial e conseguimos entregar em conjunto diversos marcos legislativos de interesse do país.”
Pacheco estendeu seus agradecimentos à imprensa, aos senadores, à Câmara dos Deputados e aos outros poderes. “Quero também fazer um agradecimento ao Poder Executivo, na pessoa do seu presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a todos os seus ministros, e também ao Poder Judiciário, na figura do seu chefe de poder, ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal.”
Ao abordar as emendas parlamentares, defendeu a importância desses instrumentos e a necessidade de transparência. “As emendas parlamentares são institutos importantes e úteis ao desenvolvimento do Brasil, sobretudo do interior do Brasil, das cidades menores, das cidades médias, e óbvio que todos nós”, disse. “O que estamos fazendo hoje é uma discussão profunda sobre o quanto mais podemos fazer para conferir transparência. Além da transparência, é muito importante que o orçamento seja eficiente.”
Ele ainda ressaltou o papel do Senado nos últimos quatro anos contra o “negacionismo”. “O que mais deve nos orgulhar nesses quatro anos sem dúvida é a defesa da democracia no Brasil foi tônica que fez Senado se unir em momento de negacionismo.”
Também lembrou o período da pandemia e homenageou os senadores que faleceram em decorrência da covid-19. “Iniciamos essa administração no enfrentamento à pandemia e todos nós sofremos muito. Memória daqueles colegas senadores que perderam suas vidas. Foi um momento agudo da vida nacional. O Senado teve papel íntegro no enfrentamento à pandemia com posições que contribuíram.”
Como funciona a eleição no Senado
A Mesa Diretora do Senado é composta por sete senadores titulares, incluindo um presidente, dois vice-presidentes e quatro secretários, cada um com seus respectivos suplentes. Eles são responsáveis pela condução dos trabalhos legislativos da Casa.
O primeiro passo é a escolha do presidente, realizada exclusivamente na primeira reunião preparatória do dia, marcada para as 10h. Os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos Pontes (PL-SP), Marcos do Val (Podemos-ES) e Davi Alcolumbre (União-AP) estão na disputa pela presidência.
Os interessados podem registrar suas candidaturas no próprio dia da votação, formalizando a intenção por escrito na Secretaria-Geral da Mesa, durante a reunião preparatória, antes do início dos discursos dos candidatos. Cabe a Pacheco comunicar ao Plenário as candidaturas oficializadas.
Após os registros, os candidatos têm 15 minutos para discursar em defesa de suas candidaturas, seguindo a ordem alfabética dos nomes parlamentares. Em seguida, ocorre a votação secreta, por meio de cédulas de papel, sendo eleito quem alcançar a maioria absoluta dos votos, ou seja, 41 ou mais senadores.