A pesquisa Genial/Quaest divulgada em 2025 apontou uma queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O índice de avaliação positiva caiu de 52% para 47%, enquanto a reprovação subiu de 31% para 37%. Lula, no entanto, afirmou que os dados não são motivo de preocupação e que pesquisas devem servir para ajustes na gestão.
O presidente destacou que oscilações na popularidade são comuns no segundo ano de mandato. “Quando o companheiro [Paulo] Pimenta [ex-ministro da Secom] estava na comunicação, de vez em quando ele aparecia com uma pesquisa dizendo o que o povo estava pensando. E eu falava: ‘mas é assim mesmo’. Você tem o primeiro ano de governo, que como você ganhou as eleições, o povo tem muita expectativa e está muito tranquilo. No segundo ano, seja para o presidente, para o governador ou prefeito, começa o povo a saber se a expectativa que ele tinha está sendo cumprida”, disse.
A pesquisa foi realizada entre 23 e 26 de janeiro, com 4,5 mil entrevistas presenciais. O levantamento apontou que 50% dos entrevistados consideram que o país está indo na direção errada, um aumento em relação aos 46% registrados em dezembro. Já 39% acreditam que o Brasil segue no caminho certo.
Perda de Apoio em Segmentos Específicos
A queda na aprovação foi mais acentuada em grupos que historicamente apoiaram Lula. No Nordeste, a aprovação caiu de 48% para 37%. Entre mulheres, a rejeição aumentou de 27% para 36%.
No recorte educacional, a avaliação negativa entre eleitores com Ensino Médio subiu de 33% para 43%, enquanto entre aqueles com Ensino Superior passou de 39% para 47%. Entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos, a reprovação cresceu de 32% para 41%.
Mesmo diante dos números, Lula afirmou que pesquisas não determinam os rumos da gestão. “Eu sou um cara que não se preocupa com pesquisa.
A pesquisa não é feita para você gostar ou não gostar. A pesquisa é feita para você analisar, verificar se aquilo tem um fundo de verdade e você começar a fazer as correções necessárias”, declarou.
Economia e Regulamentação do PIX Impactam Percepção
A percepção sobre a economia também teve piora. Para 39% dos entrevistados, a situação econômica do país piorou nos últimos 12 meses. A avaliação positiva caiu de 33% em outubro para 27% em dezembro e 25% na pesquisa mais recente. Além disso, 83% dos entrevistados relataram alta nos preços dos alimentos no último mês.
A regulamentação do PIX foi apontada como o maior erro do governo, com 66% considerando que a decisão trouxe mais impactos negativos do que positivos. Já o aumento do Bolsa Família foi identificado como a principal medida positiva da gestão, com 7% das menções.
Apesar dos dados, Lula reafirmou sua confiança na condução do governo. “Eu deixei a Presidência em 2007 com 87% de ‘bom’ e ‘ótimo’, eu tenho consciência do que nós estamos fazendo, muita consciência. Eu não gosto de fazer bravata. Eu tenho consciência de cada coisa que eu falo para vocês. Cada coisa que eu falar nós vamos entregar”, afirmou.
Perspectivas para o Governo
O presidente também destacou investimentos em infraestrutura e geração de empregos como medidas centrais para os próximos anos. Lula citou a implementação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a destinação de R$ 1,8 trilhão para projetos de desenvolvimento no país.
“Na reunião ministerial que fiz no dia 7, cheguei à conclusão de que em dois anos de governo nós preparamos este país mais do que nos outros oito anos meus. Só o PAC são R$ 1,8 trilhão que vão ser jorrados neste país para gerar emprego, ativos produtivos, estradas, pontes… Isso vai acontecer, não tem choro nem vela. Por isso eu não me preocupo com pesquisa”, declarou.
A pesquisa Genial/Quaest reforça desafios para o governo, especialmente na agenda econômica e na relação com setores que demonstram maior insatisfação. O impacto das ações planejadas pelo governo nos próximos meses pode ser decisivo para reverter essa tendência.
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